Olimpíadas | Com Gazeta Esportiva.Net | 06/08/2008 18h20

Em entrevista, Lucas afirma imensa vontade pelo título olímpico

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Shenyang (China) - Toda a badalação dos chineses é sobre o meia Ronaldinho Gaúcho, mas a seleção brasileira necessita de equilíbrio entre todos os setores para sonhar com a medalha de ouro olímpica. Uma das peças-chave do esquema do técnico Dunga é o polivalente Lucas, volante com qualidade tanto na defesa como no ataque.

Em entrevista exclusiva à reportagem da GE.Net logo após o treino da tarde desta quarta-feira no Tiexi Sports Centre Stadium, em Shenyang, o ex-jogador do Grêmio mostrou imensa confiança nas possibilidades da seleção nos Jogos Olímpicos, mesmo com as críticas dos analistas. Para Lucas, o time olímpico conta com espírito aguerrido semelhante até ao do famoso Grêmio da Batalha dos Aflitos. "Nosso time tem a cara do Dunga", define.

Ainda no início da caminhada com a camisa do time pentacampeão mundial, Lucas reconheceu a ansiedade antes da estréia desta quinta-feira contra a Bélgica, no estádio Olímpico de Shenyang. Afinal, o ex-gremista sabe da responsabilidade e das cobranças sobre o Brasil.

Além disso, Lucas, que é natural de Dourados (MS), falou um pouco sobre o processo de amadurecimento após os primeiros meses de experiência com a camisa do Liverpool, da Inglaterra. Ousado, o meio-campista acha seu estilo parecido ao do atual comandante, o ex-volante Dunga, na época de jogador.

Acompanhe abaixo a entrevista com o meio-campista da seleção:

GE.NET: Qual seu sentimento antes da estréia nas Olimpíadas contra a Bélgica?
LUCAS:
Eu estou muito ansioso, tenho que admitir, mas a gente tenta controlar esse sentimento. Parece que estamos aqui faz vários meses. Mas como teremos jogos a cada três dias, vamos procurar não pensar muito nessas coisas.

GE.NET: Você está neste processo olímpico desde o início, na disputa do Sul-americano Sub-20 de 2007, que também serviu como pré-olímpico. É um gosto especial disputar as Olimpíadas?
LUCAS:
É muito legal, até porque temos apenas dois jogadores daquele grupo do Sul-americano, o Pato e eu, que estamos no grupo dos jogadores mais jovens da atual seleção olímpica.  Ficamos tristes por aqueles atletas do Sul-americano que não vieram para cá, mas futebol é assim mesmo. Importante é que ficaram grandes amizades daquela equipe. Sou até padrinho de casamento do Cássio (goleiro, ex-Grêmio e hoje no PSV da Holanda).

GE.NET: O que mudou em você desde a classificação naquele Sul-americano?
LUCAS:
Acredito que cresci muito. Já tem cerca de dois anos desde aquele campeonato. Amadureci, já tive uma temporada na Inglaterra. Queira ou não, isso conta e você acaba adquirindo uma experiência maior em relação a jogos, a formação tática, então acredito que é um Lucas diferente, mais maduro. Acredito que se o Lucas render agora nas Olimpíadas o que rendeu naquela competição, com certeza ficarei muito feliz.

GE.NET: O seu estilo dentro de campo também mudou nestes meses?
LUCAS:
São situações diferentes. Naquele Sul-americano Sub-20, eu tinha uma liberdade maior porque nossa equipe jogava em um esquema diferente. Aqui, eu terei que me preocupar muito com a marcação e tentar municiar nossos meio-campistas e atacantes para que eles possam fazer as jogadas. Mas sei que tenho que cumprir bastante o papel da parte defensiva. 

GE.NET: O seu estilo em campo é muito aguerrido. Você acha que sua forma de jogar é parecida com a do Dunga na época de jogador?
LUCAS:
Acho que sou parecido com o Dunga, sim. Cheguei à seleção por essas características, por ter marcação forte, mas também por sair para o jogo com a bola nos pés e aparecer como elemento surpresa. É isso que vou tentar fazer de acordo com o que vou vendo na partida.

GE.NET: Na China, o Dunga falou que está mais relaxado para lidar com as críticas da imprensa. Vocês estão sentindo uma mudança de atitude nele, um técnico mais light?
LUCAS:
Isso é difícil falar. Vocês (jornalistas) podem dizer melhor que nós jogadores. Ele nunca mostrou irritação com o grupo, é uma pessoa que procura tratar todos muito bem. Sempre foi uma pessoa muita tranqüila, aberta ao diálogo, então fica bem complicado dizer se ele está mais calmo nos últimos dias. O Dunga nunca transpareceu nada.

GE.NET: Você foi um dos líderes do Grêmio naquela inesquecível batalha dos Aflitos na volta à elite do Campeonato Brasileiro, um time que ficou na história do clube.  Esse grupo da seleção olímpica tem espírito guerreiro?
LUCAS:
Acho que sim. O time tem a cara do treinador. O Dunga mostrou na época dele de jogador que era aguerrido, que brigava até o último minuto. Então é isso que ele tem passado para nós. Não podemos esquecer da qualidade do Brasil, mas também devemos entrar em campo com bastante vontade porque isso, no futuro, com certeza nos trará bastante coisa.

GE.NET: Uma revista estrangeira fez uma previsão da final do futebol e colocou a Argentina como a campeã olímpica, vencendo o Brasil na final. O que você acha disso?
LUCAS:
A gente não pode se apegar a essa tipo de análise. É até normal ter uma projeção como essa porque o Brasil ainda não tem o título olímpico. Acho muito difícil que alguém esteja acreditando que nossa equipe possa ganhar agora. Com certeza, todos sabem que o Brasil conta com qualidade, mas isso outras equipes também apresentavam e acabaram não vencendo as Olimpíadas. A gente tem que se preocupar com o nosso grupo e com nós mesmos.

GE.NET: E sobre o Ronaldinho, que vem nesse processo de recuperação da forma física, o que você pode dizer?
LUCAS:
O Ronaldo é o nosso capitão, um jogador de excelente qualidade e muito experiente pelo que já viveu no futebol. Tenho grande esperança de que ele possa dar a sua contribuição na caminhada da equipe nessas Olimpíadas.

GE.NET: Para finalizar, qual mensagem você deixa ao desconfiado torcedor brasileiro antes da estréia?
LUCAS:
Eu espero que todos os torcedores acreditem nesse grupo, que é muito bom e trabalhou bastante. Estamos muito focados na disputa das Olimpíadas e com imensa vontade de levar esse título para o Brasil.

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