Diversos | (Com informações do Ministério do Esporte) | 16/03/2005 12h31

Governo federal quer garantir segurança nos estádios

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O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, iniciou nesta terça-feira os trabalhos da Comissão Nacional de Prevenção à Violência para Segurança nos Espetáculos Esportivos, a Comissão "Paz no Esporte". Formada por representantes dos ministérios do Esporte e Justiça, do Conselho Nacional de Defesa Civil  e da sociedade civil, a comissão irá articular ações entre os vários entes que promovem o espetáculo e propor soluções para fortalecer o esporte brasileiro e resgatar o direito do cidadão. Para os integrantes da comissão, uma decisão já é consenso: é preciso criar uma cultura paz nos estádios de futebol e em toda a comunidade.

"A violência é incompatível com o esporte. Esporte é solidariedade" disse Agnelo Queiroz, ao justificar o sinônimo "Paz no Esporte" para o nome da comissão. "Queremos disseminar positivamente esse conceito para todas as outras modalidades e para as mais diversas arenas esportivas". O ministro ainda afirmou que é preciso ampliar os bons exemplos de combate à violência nos estádios e que as iniciativas bem sucedidas tomadas por estados e municípios serão observadas pela comissão. 
 
O secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Luiz Fernando Corrêa, disse que as medidas propostas pela Comissão irão respeitar as particularidades de cada cidade e cada estado. Para ele, medidas positivas é que ajudam a fomentar e induzir boas práticas. "A comissão tem um foco muito maior do que o foco no estádio", afirmou o secretário. Segundo ele, programas sociais esportivos, como o Segundo Tempo, e ações como o Estatuto do Torcedor diminuem a violência nos estádios. "É preciso olhar o contexto, a comunidade em que está inserido o esporte", conclui.

Para Ricardo Vasconcelos, presidente da Torcida Ativa de Minas Gerais e um dos representantes da sociedade civil na comissão, disse que é necessário um ajuste de conduta entre os membros de torcidas e um comprometimento de cada líder. "Em vez de violência, as torcidas poderiam se organizar para fazer trabalhos sociais como visitar uma creche ou asilo" afirma Ricardo. Para ele, as torcidas organizadas têm, também, um interesse econômico e que estar envolvido em violência não traz boa repercussão para nenhum dirigente.

Francisco Horta, ouvidor da CBF para o Campeonato Brasileiro, é admirador das torcidas organizadas. "Sou favorável à existência delas. Futebol sem torcida organizada é cemitério". Para Horta, é necessário premiar a boa conduta e punir aqueles que não quiserem valorizar os eventos esportivos. "Não sair punindo, não é simplesmente reprimir", afirma.

A comissão será permanente e poderá sugerir, inclusive, mudanças na legislação brasileira para garantir a segurança dos torcedores. Será papel da comissão debater o tema com Tribunais de Justiça, torcidas organizadas, Procon, Secretarias de Segurança Pública e Transporte dos Estados e com vários setores da sociedade civil para acabar com a cultura de violência que se disseminou nos eventos esportivos no Brasil.
 
Além de buscar alternativas para que o poder público e dirigentes esportivos garantam tranqüilidade e bem-estar ao torcedor nos estádios e adjacências, a comissão poderá estimular, por exemplo, a necessidade de instalação de um juizado nos estádios. A comissão será presidida pelo ministro do Esporte, Agnelo Queiroz. Em dois anos, a comissão passará a ser presidida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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