Diversos | Da redação | 14/07/2005 16h59

Esportes estranhos nos Jogos Mundiais da Alemanha

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Esqueçam os campeões olímpicos Michael Phelps, Yelena Isinbayeva, Manu
Ginobili, Justin Gatlin, Robert Scheidt. Deixem de lado aqueles jogos e
torneios que estão na televisão a qualquer momento. Agora, imagine uma
competição que reúna esportes totalmente \\\"estranhos\\\" (\\\"outsiders\\\"), que
reúna de pétanca a dança latina, frisbee a parede de escalada, orientação a
cabo-de-guerra. Chega a ser surreal, mas todas essas modalidades, e muitas
outras, estarão juntas nos Jogos Mundiais (\\\"World Games\\\"), que começa nesta
quinta-feira e será disputado até o dia 24 na cidade alemã de Duisburg.

Serão 38 esportes (sendo seis convidados) entre os mais esquisitos e
desconhecidos, com a participação de cerca de 3.500 atletas, que receberão
963 medalhas. Foram gastos exatos 14.838 milhões de euros para a organização
da competição, que terá como patrono o chanceler alemão Gerhard Schroeder.


Esta será a sétima edição dos Jogos Mundiais. Praticamente desconhecida, a
competição tornou-se realidade em 1981, em Santa Clara, nos Estados Unidos.
Desde então, vem sendo realizada de quatro em quatro anos, e passou por
Londres (Inglaterra/1985), Karlsruhe (Alemanha/1989), The Hague
(Holanda/1993), Lahti (Finlândia/1997) e Akita (Japão/2001).


De acordo com os organizadores, 62 brasileiros estarão presentes na disputa
de competições individuais ou por equipes. Procurado pela reportagem do UOL
Esporte, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), por meio da assessoria de
imprensa, disse que não se manifestaria sobre os Jogos Mundiais pois o
torneio não conta com esportes olímpicos. Mas, na cerimônia de abertura, o
belga Jacques Rogges, presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional),
estará presente.

Curiosamente, o esporte que contará com mais brasileiros está longe de ser
difundido no país. Cinco representantes estarão na arena (dohyô, em japonês)
para a disputa do sumô, que soma pouco mais de 500 praticantes no Brasil.


E é dessa modalidade que pinta uma das maiores chances de medalha, com
Fernanda Pereira da Costa, no peso-pesado feminino. Vice-campeão mundial em
2002 na Polônia, a sumotori negra de 23 anos está longe do estereótipo
\\\"asiático\\\" do esporte, pratica sumô há cinco anos e já é uma referência
nacional.


Além dela, o sumô brasileiro conta com mais duas mulheres em Duisburg,
Luciana Watanabe, no peso leve, e Vanessa Ramos Rocha, no médio. No
masculino, serão dois os representantes do país, Márcio Tadashi Takakura, no
leve, e Carlos Rauch, no médio. O programa conta com outras artes marciais
e, no caratê, quem \\\"briga\\\" é Alessandra Caribé, no \\\"kata\\\".


Bilhar, sinuca, carambola. O nome muda, dependendo do local onde é
praticado, mas será nas mesas de Bottrop que Miguel Bernardino Costa, o
goiano Miguelzinho, 39, campeão brasileiro individual em 1987 e 1997, vai
tentar conquistar um bom resultado.


Se sumô e bilhar estarão nos Jogos Mundiais, por que não musculação (\\\"body
building\\\")? São dois brasileiros na Alemanha, José Carlos Santos, que já foi
\\\"Mister Universo\\\", na categoria até 70 kg, e Luiz Carlos Sarmento (BRA),
campeão mundial master de fisiculturismo no ano passado, até 80 kg. Da
musculação para o levantamento de peso (\\\"powerlifting\\\"), quem luta por
medalhas é Eric Oishi (BRA), um dos melhores da América do Sul.


O Brasil estará presente também no \\\"boules\\\" (literalmente \\\"bolas\\\", em
francês\\\"). Sendo extremamente simplista na explicação, o esporte é uma
espécie de \\\"bolinha de gude de gente grande\\\", com três bolas, todas maiores
que as das brincadeiras de crianças. Na categoria \\\"Lyonnaise\\\" de precisão,
quem compete é Simona de Oliveira Ferreira.


Se brasileiro joga \\\"boules\\\", também joga boliche. Sueli Huebes tenta
\\\"strikes\\\" e \\\"spares\\\" no feminino, e ainda disputa as duplas mistas ao lado
de Rogério Arkie, que foi campeão mundial individual de bolão 16.


Das pistas de boliche para a ginástica rítmica, que conta com Elizabeth
Bueno Laffranchi. Entre os esportes individuais, outro brasileiro presente
em Duisburg é Diego Costa Arraes Alencar Dores, na patinação artística.


Nos coletivos, a presença das seleções brasileiras aparece em esportes que
pouco são difundidos no país. Um deles é o punhobol (\\\"fistball\\\"), um misto
de tênis e vôlei, disputado com equipes de cinco integrantes cada.


O outro também é praticado com as mãos, o handebol, mas de areia, que
contará com as equipes masculina e feminina. Folhas e China, que defenderam
a seleção na conquista dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003,
estão entre os convocados no time dos homens, enquanto Dali, presente nos
Jogos Olímpicos de Sydney-2000 e Atenas-2004, é um dos destaques entre as
mulheres.


Em meio a \\\"esquisitice\\\" e a curiosidade, os Jogos Mundiais unem esportes
pouco conhecidos, principalmente do público brasileiro, mas que sonham em,
um dia, fazerem parte do programa olímpico. Sem desmerecimento, o sonho é
distante, muito distante de ser concretizado.

JOGOS MUNDIAIS 2005
Esportes de competição

Boliche
Boules
Cabo-de-guerra
Caratê
Dança (padrão/latina/rock)
Frisbee
Ginástica acrobática
Ginástica aeróbica
Ginástica rítmica
Ginástica em trampolim
Ginástica em tumbling
Hóquei inline
Jiu-Jitsu
Korfball
Levantamentos de peso
Musculação
Natação submersa
Orientação
Paraquedismo
Parede de escalada
Patinação artística
Patinação de velocidade
\\\"Pescaria\\\"
Pólo de canoagem
Punhobol
Rúgbi
Salva-vidas
Sinuca
Squash
Sumô
Tiro com arco em campo aberto
Wakeboard

Esportes de exibição
Aikidô
\\\"Dragon Boat Race\\\"
Futebol Americano
Handebol de areia
Hóquei indoor
Motociclismo indoor

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