Yasmin Carvalho Bogado Benites, de 16 anos, natural de Campo Grande, iniciou sua trajetória no voleibol por incentivo de uma amiga. “Comecei a jogar vôlei através de uma amiga minha, que me incentivou e depois nunca mais parei”, contou a jovem atleta. Atualmente, Yasmin joga pelo Sesi Voleibol de Campo Grande, mas ainda reside em Ponta Porã, o que torna sua rotina intensa entre treinos, viagens e estudos.

O incentivo da família foi determinante para que Yasmin seguisse no esporte. “O que me incentivou foi minha família e as oportunidades que eu poderia ter”, disse. A dedicação e o comprometimento com o voleibol fizeram com que ela enfrentasse desafios significativos desde cedo. Um dos momentos mais difíceis de sua carreira foi uma lesão grave no tornozelo, ocorrida três dias antes do Campeonato Brasileiro de Seleções na divisão especial. Mesmo lesionada, ela decidiu competir: “Tive que participar mesmo lesionada porque era um dos maiores sonhos que eu poderia ter e desistir não era uma opção para mim.”

Além da dor física, Yasmin precisou lidar com a responsabilidade de ser capitã da equipe. “Eu tive uma responsabilidade enorme porque, mesmo lesionada, fui capitã e tive que passar confiança para o time e não demonstrar medo. Mesmo sentindo muita dor, joguei com a cabeça erguida. Depois do campeonato, meu desempenho caiu muito por conta do tornozelo, então não estava jogando como antes. Isso me abalou muito e me fez pensar em desistir, porque aconteceu quando eu estava no meu melhor momento”, contou.

Yasmin também revelou quem é sua inspiração dentro do voleibol: a jogadora Gabi Guimarães. “Minha ídola com toda certeza é a Gabi Guimarães, por causa da resiliência, da coragem e do espírito de capitã que ela tem”, disse. A jovem destaca ainda que seu sucesso depende do equilíbrio entre o desempenho individual e o coletivo. “Em um jogo, não devemos pensar no individualismo, sempre temos que pensar no coletivo. Se uma ganha, todas vão ganhar. O time sempre tem que ser unido na vitória e na derrota. Me destacar é uma sensação incrível, mas não seria uma das coisas mais importantes.”

A rotina de Yasmin é intensa. Ela viaja constantemente para competir em diferentes cidades, incluindo Rio de Janeiro, Brasília, Maringá, Goiânia e São Paulo. “Bom, agora minha rotina tem sido bem corrida, pois moro em Ponta Porã e jogo pelo time Sesi Voleibol de Campo Grande. Então, tenho que focar nos estudos mesmo viajando muito”, disse. Apesar da agenda apertada, a jovem conseguiu conciliar os treinos com os estudos e conquistou destaque em competições estaduais e nacionais. “Já participei de estaduais, fui bi campeã e mantive dois anos consecutivos sendo eleita a melhor do estado. Participei de nacionais, três anos consecutivos jogando brasileiro e defendendo meu estado”, afirmou.

Entre suas conquistas mais marcantes, Yasmin cita o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Seleções aos 14 anos. “Acho que minha maior conquista que sempre vai ser marcada é o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Seleções com apenas 14 anos”, disse. Esses resultados mostram que o talento da jovem é acompanhado de dedicação e resiliência, características que ela atribui ao próprio desenvolvimento pessoal. “O vôlei me salvou completamente, me fez acreditar nos meus sonhos, me fez criar uma personalidade única, me fez ter uma maturidade que muitos na adolescência infelizmente não têm e acabam desviando caminhos. Se não fosse o esporte, não sei o que seria de mim hoje em dia”, afirmou.

Apesar da pressão e das cobranças durante os treinos e jogos, Yasmin aprendeu a lidar com comentários maldosos e com a competitividade natural do esporte. “Desde que comecei a jogar, sempre tive que lidar com cobranças nos treinos e pressão nos jogos, tanto do técnico quanto da torcida. Isso nunca me fez desanimar, sempre com a cabeça erguida. Aprendi que não devemos mostrar para as pessoas que somos melhores que elas, e sim mostrar para mim mesma, sempre focar em mim. Desde que comecei a jogar, sempre escutei comentários maldosos, mas isso sempre me faz acreditar mais, porque quando você está no topo, várias pessoas vão querer te diminuir falando que você não merece. Isso nunca me abalou, pelo contrário, isso me incentiva ainda mais”, contou.

Para o futuro, Yasmin mantém objetivos ambiciosos tanto dentro quanto fora das quadras. No esporte, ela deseja participar da seleção brasileira e disputar campeonatos internacionais. “Meu objetivo, se Deus quiser, é conseguir jogar internacional, poder fazer parte da seleção brasileira, jogar mundiais, que sempre foi meu sonho”, disse. Fora do voleibol, a jovem pretende investir na educação, pensando em cursos de direito ou educação física, mas garante que nunca vai abandonar o esporte. “Meu plano fora de quadra é fazer uma faculdade de direito ou até mesmo de educação física, mas nunca, nunca abandonar o vôlei”, afirmou.