Aos 14 anos, Matheus Rossettini Bagnoli Costa já construiu uma trajetória no futsal marcada pela disciplina, pelo comprometimento e pela busca constante por evolução. Nascido em 10 de maio de 2011, em Campo Grande (MS), ele começou a praticar futsal aos três anos de idade, acompanhando os irmãos Gabriel e Raphael nos treinos. “Eu acompanhava os meus irmãos no treino deles e ficava observando, e a vontade que eu já tinha foi só aumentando. E de 3 para 4 anos o treinador dos meus irmãos, o Harada, já me colocou pra jogar no time da equipe mamadeira”, conta.

Desde cedo, o esporte se tornou parte de sua rotina e identidade. Ele lembra de uma memória de infância que evidencia a paixão precoce: “Minha mãe conta que quando eu tinha 1 ano e 8 meses, quando meu irmão mais velho chegava dos treinos, eu me escondia e pegava as roupas dele que eram enormes e falava para os meus pais: me treina que vou ser ‘goleiro’”. O irmão mais velho, que joga atualmente como goleiro da UCDB, é apontado por Matheus como sua maior inspiração.

A trajetória de Matheus inclui experiências em diferentes estados. Até os oito anos, ele jogou em Campo Grande, e em seguida a família se mudou para Santa Catarina, onde atuou pelo Clube Elase, em Florianópolis. “Lá pude vivenciar muitas experiências novas, joguei pelo Clube Elase e aprendi muito com os meus treinadores. Trouxe comigo a grande bagagem do futsal catarinense”, afirma. Ao retornar a Campo Grande em julho de 2024, passou a jogar pelo União ABC, time que representa atualmente, e destaca a motivação de vestir a camisa de um clube de tradição no futsal local.

O jovem atleta descreve sua preparação para as partidas como um momento de entrega e foco. “No dia do jogo, eu entrego a partida a Deus e Nossa Senhora e peço que seja feita a vontade deles e não a minha. Quando em quadra eu rezo nas traves e peço ao meu anjo de guarda a proteção. Bato nas mãos dos jogadores do meu time e desejo concentração e um bom jogo a todos. Faço isso sempre”, explica.

Além da preparação espiritual, Matheus mantém uma rotina intensa de treinos e estudos. Treina quase todos os dias da semana e nos fins de semana tem sessões específicas de goleiro com o técnico Cavassa. Também realiza trabalhos de fisioterapia preventiva, voltados para fortalecimento muscular e prevenção de lesões. “Para me recuperar, faço fisioterapia para prevenir lesão e fortalecimento muscular para me deixar bem para os jogos. Aos meus fisioterapeutas Bruna e Leandro só gratidão por me deixarem bem para fazer o que mais amo”, afirma. Em paralelo, mantém os estudos diários: “A maioria das minhas tarefas eu já faço na escola porque não gosto de deixar nada acumulado. E assim caminham juntos os estudos e o esporte.”

Dentro de quadra, Matheus se vê como um líder que motiva o time. “O meu ponto forte é erguer o meu time e não deixar ele desistir por nada. O futsal é muito dinâmico e rápido, então não existe nada perdido. Cobro muito deles dentro da quadra, muitas vezes fico bravo, mas é porque sabemos fazer e às vezes não fazemos o que treinamos. Agradeço muito pelo meu time, somos bem unidos, nos respeitamos e isso faz o nosso coletivo ser bem forte. Eu, como capitão, tenho muito orgulho de cada um dos meus companheiros”, relata.

Ele também reconhece áreas em que precisa evoluir: “Eu preciso evoluir em não me cobrar tanto. Sou extremamente competitivo, mas no sentido bom. Pra mim ganhar ou perder não tem o mesmo sentido, e quando isso acontece me cobro bastante. Como atleta de alto rendimento, não posso ser assim, mas estou na busca da evolução nesse ponto ainda.”

Entre os jogos que marcaram sua trajetória, Matheus destaca a Final Metropolitano Sub-14 de 2025 contra o Sesi, considerada um teste para cardíaco. “Começou um jogo pegado, chances para os dois lados. Acaba o primeiro tempo 0x0. No segundo tempo, eles abriram o placar, tomamos 2 gols muito rápido. Meu treinador pediu tempo e falei: não vamos desistir, temos tempo. Faltando 40 segundos, conseguimos fazer um gol. Seguimos no goleiro-linha e faltando 10 segundos conseguimos empatar. A decisão foi para os pênaltis. Defendi um pênalti e na última cobrança, meu treinador mandou eu chutar. Coloquei toda minha garra e conseguimos o título”, lembra, ressaltando o trabalho coletivo e a determinação da equipe.

Os objetivos de Matheus são claros: buscar evolução em cada partida e disputar títulos em todas as competições que participar. “O futsal é a minha paixão. Campeonato estadual, Jogos Escolares e todas as competições que o meu time entrar, ir sempre em busca do título. Evoluir em cada jogo, me preparando da melhor forma para daqui 2 a 3 anos seguir o meu caminho”, afirma.

Ao falar sobre conselhos para outros jovens, Matheus reforça a importância de amar o que se faz e manter disciplina: “O talento é importante, mas a disciplina é o que fará evoluir. Nunca abandone os seus estudos, pois ele sempre será o seu porto seguro. O esporte é feito de altos e baixos, vitórias, derrotas, lesões e frustrações. A força e a capacidade de se recuperar e nunca desistir é que separa os verdadeiros campeões. Independente de qualquer coisa, não desista jamais.”