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Atleta de MS, Bruna Ricalde vira referência no jiu-jitsu feminino

da redação - 22 de out de 2025 às 16:28 24 Views 0 Comentários
Atleta de MS, Bruna Ricalde vira referência no jiu-jitsu feminino Da Redação

“Não desistam, continuem trabalhando. O jiu-jitsu pode te levar a lugares que vocês nunca imaginaram.” A frase resume bem a trajetória de Bruna Driely Ricalde Maciel, sul-mato-grossense nascida em Jardim, no dia 17 de fevereiro de 1992, que deixou o Brasil em busca de novas oportunidades no esporte e hoje colhe os frutos de uma caminhada marcada por disciplina e conquistas no exterior.

 

Atualmente nos Estados Unidos, Bruna se dedica integralmente à carreira como atleta de jiu-jitsu. Sua rotina inclui dois treinos diários, divididos entre a prática da arte suave e a musculação, em um ritmo intenso que reflete a competitividade e o alto nível do cenário americano. “Treino duas vezes por dia, um treino de jiu-jitsu e outro de musculação”, conta. A preparação constante tem rendido resultados expressivos. Entre suas conquistas mais marcantes, ela destaca o World Master e o Campeonato Europeu, dois dos torneios mais prestigiados do circuito internacional da modalidade.

 

A relação de Bruna com o jiu-jitsu começou cedo, ainda no primeiro semestre de 2006, em Mato Grosso do Sul. A influência veio de casa. “Meu pai já treinava e então ele incentivou eu e meu irmão”, lembra. Desde então, o esporte se tornou parte essencial da sua vida e o caminho que a levaria a cruzar fronteiras. Mas a decisão de deixar o Brasil foi motivada por um fator comum entre muitos atletas: a busca por reconhecimento e condições mais justas para desenvolver o potencial esportivo. “As oportunidades. Infelizmente, no Brasil, e principalmente no Mato Grosso do Sul, o atleta não tem apoio”, explica.

 

Nos Estados Unidos, a lutadora encontrou um ambiente mais estruturado para o esporte e também uma valorização que vai além dos tatames. Segundo ela, o reconhecimento do jiu-jitsu no país é tão grande que até mesmo o governo oferece benefícios a atletas de destaque. “Com certeza, o jiu-jitsu é valorizado de forma diferente fora do Brasil. Os Estados Unidos nos dão até visto permanente no país”, afirma. Essa diferença de tratamento evidencia o contraste entre as realidades vividas por atletas no Brasil e no exterior, um tema que Bruna conhece de perto.

 

Apesar das conquistas e da estabilidade conquistada no novo país, a adaptação não foi simples. Bruna lembra que o idioma foi um dos principais obstáculos, junto com a distância da família. “Falar inglês e, é claro, a saudade da família foram as maiores dificuldades”, conta. A distância da terra natal, de Jardim e do Mato Grosso do Sul, é sentida especialmente nos detalhes do cotidiano. “Eu sinto falta da minha família e principalmente da comida”, diz, com um tom de saudade que revela o vínculo com as origens.

 

Mesmo vivendo nos Estados Unidos, Bruna mantém contato com o cenário do jiu-jitsu brasileiro e acompanha a evolução dos atletas da nova geração. Para ela, a persistência é o principal caminho para quem sonha em competir internacionalmente. “Não desistam, continuem trabalhando. O jiu-jitsu pode te levar a lugares que vocês nunca imaginaram”, aconselha, reforçando a importância da dedicação constante e da crença no próprio potencial.

 

Entre as referências que ajudaram a moldar sua trajetória, Bruna cita dois nomes que admira profundamente: Thamara Ferreira e Diego Pato, ambos reconhecidos por suas conquistas e pela técnica refinada. “São atletas que me inspiram e me motivam a continuar buscando evolução no esporte”, comenta.

 

Agora, com uma carreira consolidada e experiência acumulada em competições de alto nível, Bruna planeja dar um novo passo: abrir a própria academia nos Estados Unidos. “Meu próximo objetivo é abrir uma academia aqui e lutar o Jogo World, realizado em Vegas”, revela. O plano representa não apenas uma nova fase profissional, mas também o desejo de compartilhar conhecimento e formar novos atletas, reproduzindo o ciclo de incentivo que começou ainda na infância, quando o pai a apresentou ao tatame.

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