Aos 28 anos, Ariadne da Silva Mendes carrega no kimono não apenas a faixa-preta de 2º dan, mas uma trajetória construída com disciplina, superação e paixão pelo karatê. Natural de Mato Grosso do Sul, ela começou a trilhar esse caminho ainda na infância, aos 11 anos, e desde então fez da arte marcial um estilo de vida.
“Comecei a praticar karatê em 2007, em um projeto oferecido na Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud Trad. De início, fui convidada pelo Sensei Alex, e logo me apaixonei pela modalidade. Depois, comecei a treinar na GAKKO KENSHI-KAI, que na época era o Projeto Karatê Kurumim. Foi ali que tudo realmente começou, e desde o início já quis competir”, relembra.
Ariadne se inspira até hoje nos mestres que a acompanharam desde o começo. “Quem me inspirou a seguir o caminho das artes marciais foi o Sensei Alex, que acreditou em mim e me incentivou desde as primeiras aulas. Também o Shihan Flávio, meu mestre, que sempre foi exigente e sincero, mas me ensinou o verdadeiro sentido da força e da resiliência. Tudo o que conquistei devo muito aos dois.”
Entre os maiores desafios enfrentados, ela cita a constância e a disciplina. “Eu treinava três vezes por semana na escola e, nos dias em que não ia, treinava por conta própria. Conciliar treinos, estudos, trabalho e lidar com a pressão das competições foi difícil. Enfrentei lesões e cansaço, mas aprendi que o maior adversário sempre fui eu mesma. Cada obstáculo me ensinou paciência e superação.”
Um dos momentos mais marcantes da carreira foi a conquista da faixa-preta, em 2014. “Quando comecei, prometi a mim mesma que não pararia até chegar à faixa-preta. Foi uma vitória pessoal enorme.” Ela também lembra com orgulho o título de campeã no 14º Campeonato Brasileiro de Kyokushinkaikan Karatê, em 2017, em Naviraí. “Treinei todos os dias, corria cinco quilômetros três vezes por semana, e cheguei preparada. Foi uma sensação incrível ver todo o esforço dar resultado.”
A preparação para as competições vai além do físico. “Gosto de visualizar as lutas antes, imaginar cada movimento. Nunca entro pensando que o importante é participar. Eu entro para ser campeã”, afirma, com firmeza. Antes de cada luta, ela tem seu ritual: silêncio, foco e concentração total.
Ariadne acredita que a disciplina e o respeito são a base do karatê. “Sem isso, não há evolução. A disciplina me mantém firme e o respeito me lembra que todos têm algo a ensinar. Esses valores eu levo para a vida.”
A atleta também faz questão de inspirar novos praticantes. “Digo sempre: tem que querer muito. O karatê é uma jornada de resiliência e autoconhecimento. Cada treino é uma oportunidade de evoluir como pessoa e atleta. Não desistam nas primeiras dificuldades.”
Para ela, o karatê transformou sua vida em todos os aspectos. “Aprendi a ter mais foco, paciência e equilíbrio. Tudo o que aprendi no tatame levo para minha vida pessoal e profissional.”
O futuro, segundo Ariadne, ainda reserva muitos desafios e conquistas. “Quero continuar evoluindo, participar de mais competições e seguir representando bem a GAKKO KENSHI-KAI. Também quero inspirar outras pessoas a acreditarem que, com dedicação, é possível chegar mais longe do que imaginam.”