Da Redação
A jovem atleta de voleibol Ana Clara Mariano Calestini, nascida em Andradina (SP) em 18 de julho de 2010, começou no esporte no início de 2023, na escolinha do técnico Leomar Soares. O início aconteceu de forma despretensiosa, após jogar com uma amiga. “Comecei depois que jogava com uma amiga minha e acabei gostando muito do esporte”, explica. Com o tempo, a observação das partidas de alto nível despertou nela um objetivo claro: “Eu ficava olhando aqueles jogos profissionais e ficava fascinada de tão boas que as jogadoras eram, e queria ser igual a elas um dia.”
Apesar do pouco tempo de prática, Ana já identifica desafios estruturais na rotina. O principal é a administração do tempo, especialmente diante da conciliação entre estudos e campeonatos. Ela resume de forma direta: “Acho que o tempo. Falta tempo para tudo, para datas comemorativas, para sair com amigos, para qualquer coisa.” As dificuldades se intensificam em semanas de provas ou trabalhos escolares. “Quando tem provas, eu sempre separo um tempo para estudar antes de ir para os treinos. Mas às vezes tem trabalhos que caem no mesmo dia de campeonato. Aí fico sem fazer o trabalho ou tenho que entregar outro dia, se aceitarem”, conta. Para ela, as decisões são inevitáveis. “Às vezes você tem que escolher um dos dois, ou viajar para jogar, ou estudar para uma prova.”
Entre as lembranças mais fortes da curta carreira, Ana destaca a semifinal da Copa da Amizade, disputada em Naviraí. O jogo marcou seu último campeonato na categoria sub-15. Ela afirma que, mesmo sendo uma semifinal, o grupo encarou como uma decisão. “Aquele jogo foi a semi, mas para nós foi a final, pois o time que iríamos jogar sempre pegávamos nas finais. E ali pegamos eles na semi. Então era ganhar ou ganhar.” A partida consolidou, para ela, a sensação de evolução do time e reforçou sua visão sobre o espírito coletivo do esporte.
Ana aponta o trabalho em equipe como um dos aspectos mais importantes do voleibol. Em suas palavras, “nele, se um perde, todos perdem; se um ganha, todos ganham. Não adianta colocar a culpa em um só. No final, todos perdem juntos ou ganham juntos.” Essa compreensão tem guiado sua postura em quadra e sua relação com colegas e treinadores.
A família é outro ponto central em sua formação. “Minha família, principalmente meus pais, sempre me motivaram tanto dentro quanto fora de quadra”, afirma. O técnico Leomar também ocupa papel essencial no desenvolvimento da atleta. “Meu técnico sempre confiou em mim para jogar”, completa.
Sobre a pressão, Ana aborda o tema com naturalidade, mas reconhece a dificuldade envolvida. “A pressão é algo que você tem que ir trabalhando desde quando começa a jogar, pois é a parte mais difícil do vôlei. Eu já caí em muita pressão. É algo muito difícil mesmo.” Para ela, lidar com esse aspecto é tão importante quanto aprimorar fundamentos ou melhorar o condicionamento físico.
A referência esportiva que a inspira é a líbero Nyeme, da seleção brasileira. “Desde quando comecei a jogar, ela sempre foi minha inspiração. Ela passa uma confiança para o time inigualável”, comenta.
Mesmo em fase inicial da carreira, Ana tem clareza sobre o conselho que daria a outras meninas que pensam em entrar no esporte: “Só comece. Quanto antes você começar, é melhor. Você vai se apaixonar pelo esporte e nunca mais querer parar.”