Triathlon | Débora Oliveira | 28/03/2021 08h59

Conheça Ingrid Pereira, triatleta sul-mato-grossense

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Em meio a diversas modalidades esportivas mais antigas, existe uma relativamente nova, o Triathlon, mais conhecido como Triatletismo. Fundado em 1974, em San Diego, na Califórnia (EUA), o esporte surgiu como uma forma de treinamento, a junção da natação, ciclismo e corrida em uma única modalidade. 

Nos anos 2000, o esporte já era inserido ao Programa Olímpico nos jogos de Sydney (Austrália), e hoje conta com mais de um milhão de adeptos. Sendo em sua maioria atletas amadores que praticam triathlon por lazer, melhora de condicionamento físico ou de condição de vida. 

O Triathlon vem se tornando cada vez mais popularizado em Mato Grosso do Sul, entre amantes de uma vida saudável e de pessoas que visam se desafiar cada vez mais no esporte, como é o caso da triatleta Ingrid Pereira da Silva, de 35 anos.

Ingrid Pereira da Silva é graduada em Educação Física e Pós-graduada em Fisiologia do exercício pela UFMS. Formada também em Direito e pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Uniderp. Se tornou campeã estadual de ciclismo, em todas as provas na temporada anual de 2017, e no mesmo decidiu ingressar no triathlon.

Trajetória

Ela conta que seu maior incentivador foi seu pai, pois ele sempre admirou o triathlon e os desafios que ele impunha, fazendo com que despertasse nela o interesse pela modalidade. 

“Eu escolhi triathlon porque desde pequena meu pai acha um esporte sobre-humano incrível, admira muito quem faz, e desde de pequena eu tenho essa visão por causa dele. Em 2017 eu falei com o Raphael Bittencourt, da RB Assessoria, e ele aceitou me treinar”.

Ela explica quais desafios um triatleta precisa enfrentar diariamente e o que os diferencia de atletas que praticam apenas um tipo de esporte. “Geralmente quem faz triathlon é bom em uma ou duas modalidades, e na outra ele se supera. No meu caso, a natação é uma superação”, conta Ingrid.

O treinamento é um dos fatores que mais sofre mudanças, principalmente por ser voltado para três modalidades distintas. “Muda muito o treinamento, porque quando a gente vai fazer treino específico de musculação, por exemplo, temos que fazer voltado para três modalidades totalmente diferentes. Com respiração diferente, com especificidade diferente e com a parte neuromuscular diferente”, explica. 

Para se alcançar boas performances os atletas se empenham em cada exercício, o que sempre gera um maior desgaste físico e energético, além de ocupar uma maior disponibilidade de tempo.

Treinamento e competições

(Arquivo/Ingrid Pereira)

Os triatletas são conhecidos por sua disciplina e dedicação, algo fundamental para quem gosta desse esporte. Ingrid conta que treina todos os dias, variando entre um exercício e outro. 

“Eu treino todos os dias da semana. Na segunda, quarta e sexta faço natação e musculação. Terça e quinta faço pedal e corrida. No sábado pedal, e domingo pedal e corrida. É o que nós chamamos de transição, isso dá uma média de umas 13h a 14h semanais de treino” afirma.

Ela conta que, para ingressar no triathlon, não é preciso ganho de massa muscular, pois as modalidades cobram uma maior leveza por parte do atleta. 

“Eu brigo com a balança porque minha genética é de ganho de massa muscular, pois eu tenho origem indígena, negra e russa. Então ganho massa muito fácil e isso não é legal porque eu fico muito pesada, no triathlon você precisa ser mais leve, ter quase nada de gordura, não podendo ter hipertrofia muscular ”. 

Ingrid além de atleta, é personal e fala um pouco sobre esse seu lado. “Sou personal de vários tipos de pessoas, atletas amadores que trabalham e que tem suas atividades, mas que gostam do desporte do triathlon. Tenho alunos que não gostam do triatletismo e sim da musculação. Tem aqueles que gostam apenas da qualidade de vida e outros do trabalho estrutural físico para dores articulares, lombar e coluna”.

As aulas personalizadas costumam ser entre duas a três vezes na semana, em alguns casos, todos os dias. Ela também aplica consultoria online, montando planilhas e prescrevendo de forma remota para alunos de outras cidades, e presencialmente para os que são de Campo Grande, acompanhando seus desenvolvimentos, dialogando e ajustando os treinos. 

Para chegar nas competições, Ingrid conta que participou de alguns campeonatos amadores, o que serviu como base para as demais que viriam adiante, como o Troféu Brasil 2018 em Santos e o Triday Séries 2017 na USP, onde em ambas conseguiu o 1° lugar. 

Atualmente ela segue trabalhando como personal e se preparando para futuros campeonatos, como o Meio Ironman que deve acontecer em setembro de 2021.

Incentivo 

Ingrid fala sobre o exemplo e o incentivo que busca dar às pessoas que acompanham seu trabalho, desde sua filha aos seus seguidores nas redes sociais.

“Eu tenho uma filha que se chama Ágata, tem 5 anos e já fala que é triatleta. Ela treina ciclismo e natação toda terça e quinta, porque gosta. Tem uma alimentação super saudável, gosta de comer tudo que eu como, açaí, brócolis, couve flor”, menciona. 

“O exemplo arrasta as pessoas, não apenas minha filha, mas todos meus alunos. As pessoas que me seguem, elas vêm juntas, são arrastadas e vão participando, se empolgando, motivando, incentivando. O esporte é isso, é melhorar a vida das pessoas, através do exemplo e da motivação, mudando a vida delas” afirma. 

“Tem pessoas que estão tristes e começam a me seguir no Instagram, elas mudam a vida delas, porque começam a correr e gostam, elas melhoram com a família, a alegria, a disposição. É isso que eu nasci para fazer, melhorar a vida dessas pessoas através do esporte. No meu Instagram eu posto a minha vida, meus treinos, meus alunos e isso as motivam muito”, conta.

Ela também explica o que é preciso fazer para ingressar no triathlon. “Para quem quer começar, eu digo, vem! É um esporte lindo, que ajuda e regula o sono das pessoas. Tem alunos meus que chegaram a falar que tomam remédios para dormir, então eu recomendei o triathlon, pois ele regula o sono, o humor, e te dá uma vontade maior de viver, pois você acorda de manhã pensando no treino que tem que fazer, na superação, e o triatletismo é isso, superação.

Ela fala sobre as emoções de cruzar a linha de chegada e de ver que tanto esforço não é em vão, pois serve de exemplo e motivação para alguém. “Tenho alunos que participam de provas, outros gostam apenas do treinamento mesmo. O triathlon é família, é agregar pessoas, é ver seu filho esperar você na linha de chegada e ver que para ele você é um herói, você é um sobre-humano que faz três modalidades juntas em uma prova ou em um treino”. 

(Foto: Alexandra Fotografia)

A triatleta é grata a quem lhe abriu as portas para o triathlon, dando a oportunidade de se encontrar no esporte. “Quem tiver interesse em participar, venha com a gente, vem para a RB Assessoria, que é a melhor, do meu treinador Raphael Bittencourt. Não precisa ter a melhor bike (bicicleta), eu comecei com uma bem barata; não precisa do melhor tênis, e tem um monte de piscina que dá para você treinar sem muito custo. Quem quiser é só começar”.

Ingrid é um exemplo de dedicação, esforço, superação e disciplina. Uma mulher que quebra barreiras diariamente e que se empenha no esporte em que acredita. Para acompanhar mais sobre seu trabalho e a rotina de um triatleta, basta acompanhar seu perfil no Instragram, através do endereço: @ingrid_triatleta. Por lá é possível se informar mais de sua trajetória, rotina, alimentação e competições. 




 

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