Skate | Da redação | 26/07/2018 10h41

Jovens de Bonito demonstram paixão pelo skate com manobras radicais na Oficina durante o FIB

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Manobras radicais, giros, hard flips, saltos no ar. A pista de skate do Centro de Múltiplo Uso (CMU) de Bonito, onde acontece a oficina durante o Festival de Inverno de Bonito, esteve recheada destas manobras feitas pelos jovens skatistas da cidade na tarde desta terça-feira (24.07). Orientados por Fred Campos, que pratica este esporte há 18 anos e veio de Campo Grande especialmente para o Festival, meninos e meninas, jovens e crianças, estavam treinando para o campeonato, que acontece na cidade no próximo sábado e domingo.

A Oficina de Skate acontece durante o Festival há quatro anos e foi se adaptando de acordo com a cena local. “Tivemos acesso ao poder público e conseguimos esta pista de skate há dois anos e meio. A gente foi conquistando essas coisas, e demos também atenção à parte cultural, ao protagonismo juvenil e uso correto do espaço público. A gente conscientiza os praticantes para levar o skate para todo lugar, para respeitarem as pessoas na rua, o espaço do outro”, explica Fred.

A cada ano, a cada Festival, a oficina tem um foco. Ano passado foi a produção de vídeos e fotos sobre skate, foram feitos três vídeos, todos eles produzidos pelos skatistas de Bonito. “Este ano a proposta é eles produzirem um campeonato. Um dos processos é buscar a premiação e patrocinadores, além de produzir os próprios obstáculos. O objetivo é eles aprenderem a desenvolver competições fora do Festival, para não depender só do Festival para acontecer. Virão juízes de Campo Grande e São Paulo, e os critérios para avaliação são velocidade, técnica, estilo, altura da manobra, esforço e persistência. As categorias serão criadas de acordo com os prêmios que eles conseguirem obter dos patrocinadores, mas geralmente são iniciante, mirim, feminino e amador”.

Sobre a participação das mulheres no skate, Fred diz que na oficina em Bonito elas sempre estiveram presentes. “Aqui elas sempre tiveram voz ativa. Levamos em consideração o que a gente tem em comum; classe social, raça e gênero, e até a idade, ficam de lado. O skate é nosso estilo de vida, tudo que a gente faz está vinculado ao skate: a roupa que a gente usa, a música que a gente ouve, nossas amizades. É uma cultura de rua, como o grafite, o rap, o break, que são associados. O skate vem dessa cultura marginal, de não aceitar as coisas como são. A gente aprende a cuidar do corpo, a descansar bem, e essa vontade de querer mudar algo”.

Fred já é veterano no Festival e esteve presente nas quatro últimas edições em que o skate foi incorporado à programação. “É uma honra participar com o Coletivo Viva Rua de cultura de rua. Eu consigo ver a evolução deles como skatistas e como pessoas, no caráter, no desenvolvimento pessoal e ajudo a desenvolver a cena local do skate”.

Bastante dedicado, Adriano Silva, de 17 anos, pratica o skate há seis. Há quatro anos participa dos campeonatos durante o Festival. Tudo começou por causa de um primo que tinha um skate na fazenda. “Eu peguei o skate, trouxe para a cidade e comecei a mandar manobra e gostei. Skate é um estilo de vida, é paixão, é um jeito de se viver, um aprendizado. Ninguém me para mais”.

Uma das meninas do grupo, Fabiane Menezes, de 14 anos, anda de skate há quatro anos. Para ela, é muito difícil para as meninas participar da cena do skate. “Tem muito preconceito, as pessoas pensam que skate é só para meninos. Mas a gente não pode nunca parar. A gente não pode acreditar nos outros, temos que seguir nossos sonhos”.

Seu ídolo no skate é a brasileira Letícia Bufani. “Ela anda demais! É a melhor do Brasil! Skate é amizade, alegria, amor, é tudo! Eu treino todo dia no CMU e no Marambaia. Estudo por vídeos na internet. Comecei por causa do meu irmão, que andava de skate. Pedi um pra minha mãe e ela comprou. Estou aí até hoje”.

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