Pan-americano | GE.Net | 11/10/2006 14h56

Marina usa a diplomacia e novo projeto para retomar obras

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Rio de Janeiro (RJ) - Com as obras de modernização para abrigar os Jogos Pan-americanos interrompidas desde setembro, a Marina da Glória sofreu alterações em seu desenho arquitetônico para buscar um entendimento diplomático com o Instituto de Proteção ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo embargo dos trabalhos. O Aterro do Flamengo, local do empreendimento, é tombado desde 1960 e de acordo com o Iphan sofreria danos com a ampliação da sede.

Em entrevista à reportagem da GE.Net, José Alfredo Corrêa, responsável pela administração da marina e diretor da EBTE, empresa concessionária do local, explicou que o novo projeto feito pela empresa Paulo Casé Arquitetos Associados foi entregue quinta-feira à entidade e será avaliado por uma comissão em Brasília.

"Esperamos por um entendimento o mais rápido possível, porque as obras precisam ser reiniciadas. Mas só o fato de o Iphan pego o projeto para analisar nos anima. Não queremos impor nada. Se eles sugerirem mudanças, podemos estudar, avaliar e incorporar no projeto", explica.

O projeto inicial para a modernização da Marina da Glória data de 1998, mas só foi colocado em prática no último ano visando as disputas de Vela nos Jogos Pan-americanos. De acordo com Corrêa, o novo plano é uma evolução do anterior, mas não significa que o antigo tivesse falhas que justificassem o embargo. "Ele foi feito há sete anos. Desde lá tudo mudou, a marina mudou e as necessidades são outras", justifica.

No novo projeto, a principal preocupação é com a diminuição dos danos à vista do local, conhecida como uma das melhores do Rio de Janeiro. A ampliação da garagem, principal ponto de discórdia com o Iphan, passou a ser vazada e a altura de todos os prédios do complexo não ultrapassará o limite de construções da região como o MAM. "Fizemos uma manutenção. Queríamos uma construção que se integrasse com o local e não que fosse um monstro", explica.

Apesar da reciclagem, o plano segue com duas etapas distintas: a ampliação da estrutura para o Pan e a construção de um complexo de incentivo os turismo náutico. O primeiro, mais urgente, prevê a instalação de uma passagem de nível na entrada (em processo de implementação), ampliação do cais (finalizado), construção de uma garagem (ainda no chão, apesar do final do estacamento) e mais um quebra-mar (metade feito).

Com a agenda apertada, Corrêa espera uma resolução até o final de outubro, mas já planeja a ação emergencial. Para entregar o complexo pronto até o mês previsto, a empresa EBTE terá de intensificar o trabalho na Marina da Glória, o que aumentará previsão de custos da única obra sem recursos públicos. "A cada dia que passa, o tempo fica mais apertado e nossos custos aumentam", diz. Na previsão inicial, os custos seriam de cerca de R$ 41 milhões.

Apoio: Seguindo a tentativa diplomática de solucionar o entrave, a EBTE recebeu ainda nesta terça-feira o apoio da Associação Brasileira de Empresas de Eventos do Rio de Janeiro (Abeoc-RJ). O encontro reuniu associações e empresários cariocas ligados ao turismo e ao lazer e o novo projeto foi apresentado por Corrêa. No final, foi assinada uma carta de apoio à realização da revitalização a ser entregue ao Iphan.

A presidente da Abeoc-RJ, Constança Carvalho, explicou o apoio. "Abraçamos essa causa por entendermos que a revitalização do Complexo Turístico da Marina da Glória só trará benefícios para a Cidade do Rio de Janeiro, de forma a ser mais uma opção bem localizada para a realização de eventos, o que irá proporcionar crescimento na captação de eventos, impulsionando toda uma cadeia produtiva que movimenta mais de 50 segmentos do setor", resumiu.

O principal interesse do setor é na realização da segunda etapa do projeto, cuja previsão de entrega é de 2009. De acordo com Corrêa, a expectativa é conseguir a liberação imediata para a construção dos dois setores, mas devido à urgência da ampliação da Marina da Glória para o Pan, as obras serão reiniciadas mesmo se liberadas parcialmente. "O complexo todo em uma lógica e não queremos desvincular uma etapa da outra. Mas se for parcialmente liberado, não teremos outra opção a não ser prosseguir uma parte e deixar a outra para depois", explica.

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