Olimpíadas | (Com informações de agências) | 21/07/2004 17h24

Remadores superaram dificuldades para estar em Atenas

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Remadores superaram dificuldades para estar em Atenas

A história dos remadores Thiago Gomes e José Carlos Sobral Júnior é exemplar e ainda excede nos tons dramáticos. Gomes e Júnior, que remam juntos há quase dez anos, vão aos Jogos representando o Brasil no double skiff peso leve, barco que se classifica pela primeira vez na história do remo brasileiro. Os dois tiveram de superar problemas pessoais para manter vivo o sonho da vaga olímpica, realizado neste ano, com a segunda colocação no Pré-Olímpico Latino-Americano da modalidade, em maio, em El Salvador. E não foram poucos os momentos em que ambos pensaram em deixar o remo. Gomes se considera um vencedor só pelo fato de ainda continuar remando. Em 2001, ele sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas nos dois braços em um sério acidente de moto que o afastou do remo por quase um ano. "Passei por duas cirurgias, tive problema de atrofia e, se não fosse o Júnior para me dar força, acho que tinha deixado o remo", diz o atleta. Até hoje, Gomes tem de conviver com as dores que ficaram do acidente. "A gente sempre cultivou a amizade, compartilhando os mesmos sonhos e objetivos, nunca achando que um era melhor que o outro", diz Gomes, que considera essa cumplicidade uma vantagem deles sobre os adversários. Antes da vaga na Grécia, a maior glória para a dupla de cariocas era a medalha de prata no Pan-Americano de Santo Domingo, quando perderam o ouro por apenas 37 centésimos de segundo para os cubanos. "Não gosto nem de lembrar dessa derrota", diz Júnior. "Por outro lado, foi fundamental para que a gente treinasse cada dia mais para garantir a vaga nas Olimpíadas", completa o atleta, que também teve sofreu para poder competir no double skiff peso leve. Para competir nesse barco, Júnior, chamado de Sobral entre os colegas do remo, teve de perder 14 kg. "Sempre tive o objetivo de disputar os Jogos Olímpicos. Conquistar a vaga compensa tudo, mas, mesmo se a gente não conseguisse, todos os sacrifícios teriam valido a pena, já que estávamos correndo atrás de um sonho", diz o remador. As pretensões para Atenas são modestas. Ficar entre os 12 primeiros já seria muito bom. "Fazer a final, ficando entre os seis primeiros, então, seria um sonho", diz Júnior, que, neste ano, teve de conciliar o esporte com a faculdade e se formou em Administração de Empresas. "A gente já conquistou algo inédito, que é a classificação do double skiff peso leve, então agora o que vier é lucro, sempre buscando a melhor colocação possível", comenta Thiago Gomes. Os dois dizem que, se o investimento feito até agora, pelo Comitê Olímpico Brasileira (COB) e pela Confederação Brasileira de Remo (CBR), for mantido, podem chegar em pé de igualdade com as grandes potências do remo, como europeus e norte-americanos, nos Jogos de Pequim - 2008.

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