Olimpíadas | (Com informações de agências) | 20/07/2004 19h33

Judô é a terceira modalidade que deu mais títulos ao Brasil

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Judô é a terceira modalidade que deu mais títulos ao Brasil

O judô é a terceira modalidade que mais medalhas olímpicas já rendeu ao Brasil. Até hoje, foram dez pódios, atrás apenas de atletismo e iatismo com 12 medalhas cada. Sendo assim, a expectativa por bons resultados é uma peça a mais na bagagem de todos os atletas que vão disputar os Jogos Olímpicos de Atenas, em agosto. O pesado Daniel Hernandez vai para sua segunda Olimpíada e reconhece que a pressão é uma constante na modalidade, mas não pode ser encarada de maneira negativa. "É complicado lidar com a pressão. Ela existe, mas eu não me ponho pressão. Na verdade, isso tem que servir para dar mais força", diz o judoca, que esteve em Sydney - 2000, mas não conseguiu trazer medalha. "Judô é complicado. É momento, dia. É claro que tem favoritos, mas em Olimpíada o negócio é diferente. Todo mundo vai para a superação, todos têm o mesmo objetivo", destaca. Para ele, a pressão sobre a equipe não é apenas nacional. "Todo mundo sabe que o Brasil chega para medalha", lembra. Das dez medalhas conquistadas pelo judô brasileiro em Jogos Olímpicos, nenhuma veio de atletas do feminino. Em Atenas, as meninas da seleção querem preencher essa lacuna. "As cinco que estarão lá têm reais condições de medalha", garante a meio-médio Vânia Ishii. Além dela, representarão o Brasil no torneio olímpico a ligeiro Daniela Polzin, a meio-leve Fabiane Hukuda, a leve Daniele Zangrando e a meio-pesado Edinanci Silva. Fabiane foi a única que obteve a vaga de maneira indireta, herdando, por desistência, a vaga que era do Canadá. Vânia, que disputou com Érika Moraes a vaga em Atenas, está esperançosa. "Estou tendo uma segunda oportunidade e não quero desperdiçar", diz Ishii. Nos Jogos Olímpicos de Sydney, ela também representou o país, mas voltou com a sétima colocação no torneio. Para Vânia, uma medalha pode ajudar o judô feminino a conquistar ainda mais apoio. "Vai ajudar a mudar as coisas para o feminino", acredita. "O masculino tem uma tradição. É certeza que vão trazer mais de uma medalha", garante. O otimismo para a participação feminina nacional no torneio de judô Vânia explica com o trabalho de preparação e a comparação direta com outras adversárias. "É uma das seleções que está mais preparada, mais experiente", diz, referindo-se à presença de atletas que já disputaram não apenas Mundiais, mas outros torneios olímpicos. Vânia é filha de medalhista, seu pai o meio-pesado Chiaki foi o primeiro medalhista olímpico da modalidade, conquistando o bronze em Munique -72 -, ela destaca que a experiência em competições de primeira linha poderão auxiliar não apenas sua performance, mas também as de Edinanci e Daniele. No tatame, ela espera uma briga boa contra Cuba, França e a Argentina, "que está crescendo bastante", além de outros países tradicionais da Europa e Ásia. Mas é em casa que Vânia busca auxílio extra para atingir a perfeição contra as adversárias. "Qualquer dúvida que tenho estou sempre correndo para meu pai. Ele vive me dando toques, mostrando detalhes e golpes. Coisas que só meu pai e os técnicos podem mostrar". Com 1,67m e 30 anos, a meio-médio pensa em resultados sem falar no fim da carreira olímpica. "Não vou dizer que essa é minha última olimpíada. A última ia ser em Sydney, mas estou aqui. Nunca vou falar que é a última. Enquanto minha cabeça e mente falarem a mesma língua vou estar competindo", afirma. Vânia não é a única confiante para Atenas. "Toda a equipe é boa, qualquer um pode subir no pódio", incentiva o campeão olímpico Aurélio Miguel. "No feminino temos Ishii, Zangrano e Edinanci, mas isso não quer dizer que as outras também não possam vencer".

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