COI confirma Rio de Janeiro na última fase de disputa de 2016

Atenas (Grécia) - Em decisão inédita para o Brasil, o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmou o Rio de Janeiro como uma das quatro cidades finalistas no processo de candidatura para organizar os Jogos Olímpicos de 2016. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, em Atenas, Grécia.

Também passaram para a última etapa de avaliação as cidades de Chicago (Estados Unidos), Tóquio (Japão) e Madri (Espanha). As finalistas concorriam com outras três cidades inscritas: Baku (Azerbaijão), Praga (República Tcheca) e Doha (Catar) , que foram eliminadas hoje. O nome da cidade que organizará os Jogos de 2016 será divulgado dia 2 de outubro, durante reunião do COI, em Copenhague, na Dinamarca.

O anúncio do COI foi acompanhado na Grécia por uma comitiva de representantes da candidatura do Rio. Viajaram para Atenas, o ministro do Esporte Orlando Silva Júnior,o governador do Estado do Rio Sergio Cabral, o prefeito Cesar Maia e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman. O presidente de honra da FIFA e membro decano do COI, João Havelange, também esteve presente.

Esta foi a quarta vez que o Brasil candidatou-se à organização dos Jogos Olímpicos. Em 2000, a representante foi Brasília (DF), papel que coube depois ao Rio de Janeiro em 2004 e 2012.

Em nenhuma das oportunidades anteriores as candidaturas chegaram à fase final. Da última vez, os problemas nas áreas de segurança e infra-estrutura foram apontados como principal entrave à intenção brasileira.

Não por acaso os dois itens mereceram destaque nas respostas do Caderno de Aplicação da Candidatura apresentado pelo Rio de Janeiro para 2016. E, já no texto da inscrição, os representantes nacionais deixam clara sua postura sobre o assunto.

"Temos consciência dos aspectos destacados pelo COI com relação à organização dos Jogos de 2012 no que diz respeito ao transporte e à segurança. O dossiê de candidatura de 2016 destaca estas questões. Houve iniciativas neste sentido, principalmente, a partir da experiência advinda dos Jogos Pan-americanos que estão incluídas no presente dossiê de candidatura".

Segundo o documento, as iniciativas respaldadas por leis serão capazes de satisfazer às exigências mais estritas do COI com respeito ao transporte e à segurança para os Jogos. Entre as promessas feitas, está a criação de novas interligações unindo a região da Barra, onde se localizarão a maior parte das sedes, a Copacabana, Deodoro e Maracanã, locais das outras instalações.

A intenção dos organizadores brasileiros é que todos os eventos sejam realizados em instalações que demandem de 5 a 30 minutos apenas de deslocamento. Na área de segurança, o país promete US$ 300 milhões em investimentos governamentais para bancar uma estrutura que assegure a tranqüilidade do evento para atletas e turistas.

Com relação à estrutura, a argumentação lança mão da experiência dos Jogos Pan-americanos aliada às promessas de desenvolvimento contidas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) lançado pelo Governo Federal em 2007.

Cartão de visitas do comitê de postulação aos Jogos, o Pan de 2007 é destacado como a melhor edição da história do evento e é o argumento mais forte na defesa de que o Brasil já tem condições de organizar uma Olimpíada. Tida por alguns como um ponto contra, a Copa do Mundo de 2014 também aparece na proposta como aspecto positivo. Isto porque oferecerá uma oportunidade extra ao país para se aperfeiçoar na realização de eventos mundiais.

O comitê de postulação destaca ainda que parte da infra-estrutura exigida para a o Mundial de futebol permanecerá como legado útil às Olimpíadas. O discurso do legado prolonga-se à sociedade, que se beneficiará os investimentos com segurança e transporte, e ao universo esportivo.

A candidatura brasileira ressuscitou o projeto de construção de um Centro Permanente de Excelência, que incluiria "não menos que 20 modalidades olímpicas. E os benefícios dos Jogos do Rio atingiriam os 400 milhões de habitantes do continente sul-americano, que receberiam pela primeira vez uma Olimpíada.

Sobrevivente do primeiro crivo do COI, a candidatura brasileira a 2016 entra agora em nova fase. Em 12 de fevereiro de 2009, o país deverá apresentar seu caderno de candidatura. Uma comissão do Comitê Olímpico avaliará o material e divulgará um relatório com seu parecer um mês antes da eleição da cidade sede.