Olimpíadas | (Com informações do COB) | 28/08/2004 19h44

Brasileiras perdem ouro e bronze no vôlei

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Brasileiras perdem ouro e bronze no vôlei

O grupo se abraçou após a derrota. A líbero Arlene deixou a quadra chorando. Virna abraçou o filho Vítor e o namorado Ricardo, emocionada. Entre as mais jovens, Mari, de 21 anos, não quis falar com ninguém. A análise mais lúcida do que acabara de acontecer no jogo contra Cuba, 3 sets a 1 (25/22, 25/22, 14/25 e 25/17) para as adversárias, na disputa pela medalha de bronze, veio do técnico da Seleção Brasileira feminina de vôlei, José Roberto Guimarães. "Estou frustrado. Não perdemos esse jogo hoje, mas sim na partida contra a Rússia". Zé Roberto tentara animar a equipe para a disputa do bronze dos Jogos de Atenas, neste sábado, mas acha que não conseguiu fazer com que as jogadoras superassem em pouco tempo o trauma causado pela derrota para a Rússia na semifinal, na quinta-feira. O Brasil ficou a um ponto de fechar a partida em 3 sets a 1, quando vencia por 24 a 19 no quarto set, mas os russos garantiram mais uma virada a la Karpol (o técnico é famoso por vencer jogos dados como perdido), em 3 sets a 2 (18/25, 21/25, 25/22, 28/26 e 16/14). "Psicologicamente, não conseguimos digerir aquela derrota e levamos isso para dentro da quadra. Contra Cuba, pecamos nos contra-ataques como estava acontecendo desde o início da competição. Nos outros fundamentos, até que fomos bem", comentou Zé Roberto, ressaltando mais uma vez a dificuldade de superar a partida contra a Rússia. "Foi a derrota mais difícil, amarga e complicada da minha carreira, e acho que da carreira das nossas jogadoras também". No primeiro set do confronto que valia o bronze, a Seleção jogou ponto a ponto contra Cuba até 10/10. Depois, desconcentrou-se. Errou dois saques (Walewska e Mari) e sofreu dois bloqueios (Érika e Virna) por parte das cubanas, deixando as rivais abrirem 14/11 no placar - vantagem administrada até o fim da parcial. No segundo set, o bloqueio brasileiro não funcionou. Apesar da facilidade que as cubanas encontravam para atacar, a Seleção fez um jogo duro até 20/19, com as adversárias à frente. A equipe brasileira, porém, errou três ataques consecutivos: 23/19 para Cuba, que não desperdiçava contra-ataques. O Brasil reagiu no terceiro set. A entrada de Bia foi fundamental. A jogadora marcou 10 pontos na parcial (sete de ataque, três de saque) e a Seleção chegou a abrir 18/10. Mais concentradas, as brasileiras fecharam o set em 25/14. Porém, na parcial que precisavam ganhar para forçar o tie break, saíram perdendo logo de 4/0. Não conseguiram forças para reagir. "Todo mundo ficou triste pelo fato de que tínhamos condição de conquistar o ouro. Infelizmente, não deu nem para o bronze. Cuba jogou muito bem. Não temos explicação para dar. Não achamos o nosso jogo", disse Bia, frisando que o grupo se manteve unido durante todo o torneio. "Aquele nosso abraço no fim do jogo representa todo esse tempo que ficamos unidas, um pouco mais de um ano com o Zé Roberto, tudo o que gente fez. Fomos bem em todas as competições que disputamos. Agora, muitas do grupo vão parar de jogar. O abraço representou bem a nossa união". Quatro jogadoras da Seleção irão jogar na Itália na próxima temporada: Virna, Walewska, Elisângela e Fofão. "Estou indo para ter uma nova experiência, procurar novos objetivos. Essa era a minha vontade mesmo", contou Fofão, que jogará no Perugia. Com a voz embargada, Virna falou com serenidade sobre sua saída do País e da Seleção. "Vou jogar no Chieri por oito meses e, se eu gostar, fico por mais um ano. Na Seleção, acho que estou encerrando minha carreira. Temos que cumprir um ciclo. Saio orgulhosa com tudo o que o voleibol me proporcionou. Quem sabe, daqui a alguns anos, não apareço aí como técnica ou dirigente", comentou Virna. Fernanda Venturini também assumiu o fim de seu período na equipe brasileira. Disse que jogará vôlei por no máximo dois anos, no time que será dirigido pelo marido Bernardinho, no Rio de Janeiro. Depois, ela planeja parar de vez com o esporte para ter mais um filho (já tem Júlia, que fará três anos em dezembro).

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