Olimpíadas | (Com informações de agências) | 21/07/2004 17h37

Atletas do nado sincronizado querem ser reconhecidas

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Atletas do nado sincronizado querem ser reconhecidas

Muito preparo, evolução visível, admiração das outras delegações e, mesmo assim, ausência no pódio. Para a única dupla de nado sincronizado representante do Brasil em Atenas, a explicação é uma só: preconceito dos juízes. Carolina e Isabela de Moraes já participaram da final em Sydney - 2000, obtendo, com um 12º lugar, a melhor colocação brasileira para duplas nos jogos olímpicos. Mesmo assim, as gêmeas acreditam que mereciam mais. "Sempre o dueto é muito elogiado por todo mundo e os juízes não reconhecem. A gente vem evoluindo muito, mas eles continuam dando notas baixas", conta Isabela. "No Pré-olímpico, realizado em março, a gente foi muito bem. As pessoas das outras delegações ficaram indignadas com a nossa nota", explica Carolina. A ex-treinadora da seleção brasileira, Mônica Rosas, concorda com a reclamação: "As meninas poderiam ficar entre as oito melhores, mas, nessa posição, iríamos bater de frente com países mais tradicionais". A ex-técnica acredita que a dupla pode repetir a colocação em Sydney e, no máximo, melhorar um pouco. "Acho que dá para o Brasil pegar final. Pódio é muito difícil", avalia. "O Brasil precisa furar o bloqueio que existe. Estamos conseguindo isso, mas ainda falta bastante", conforma-se Mônica. As meninas acreditam que, se não fosse por essa pré-disposição dos juízes, as chances de medalha seriam grandes. "A gente pode nadar de igual para igual com quase todos os duetos. Com exceção da Rússia e do Japão, o resto está no mesmo nível. Mas, aos olhos dos juízes, estamos no bolo de trás", finaliza Carolina. Carolina e Isabela treinam seis horas diárias, de segunda a sábado, no clube Paineiras do Morumby, em São Paulo, sob o comando da técnica Andréa Curi. "A maior parte dos treinos acontece dentro d'água. Treinamos exaustivamente a coreografia", conta Carolina. "Também fazemos um balé adaptado, com elementos de pilates, e musculação, duas vezes por semana", complementa a irmã mais velha por cinco minutos. A apresentação das gêmeas nas Olimpíadas será dividida em duas partes. Na rotina com elementos obrigatórios, elas farão as evoluções ao som de hip hop e, a rotina livre, a música clássica de Tchaikoviski e Mozart servirá de trilha sonora. "A primeira apresentação será ao som de Funk'n Lata, Marcelo D2 e umas bandas norte-americanas de Hip hop", explica Isabela. Esta não será a primeira vez que a dupla utilizará música brasileira numa apresentação. Em Sydney, o 12º lugar foi conquistado ao som de forró, xaxado, samba e maracatu.

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