Olimpíadas | Osvaldo Sato/Da redação | 08/01/2008 16h17

Atletas de MS seguem com chances de disputar as Olimpíadas

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Talita Antunes, natural de Aquidauana; Lucas Leiva, nascido em Dourados; e Rogério Clementino, nascido em Tacuru. Talita Antunes, natural de Aquidauana; Lucas Leiva, nascido em Dourados; e Rogério Clementino, nascido em Tacuru. (Foto: Divulgação)

Campo Grande (MS) - Poucos conhecem os atletas de Mato Grosso do Sul com alguma chance de disputar os Jogos Olímpicos de Pequim, neste ano de 2008. Por isso, o Esporte Ágil preparou uma matéria especial com estes atletas de destaque, suas modalidades e suas chances de carimbarem seus passaportes para a China. Alcançando ou não a tão disputada vaga olímpica, estes atletas já demonstraram um grande potencial pois pertencem à elite do esporte brasileiro.

A atleta sul-mato-grossense que aparece hoje com maiores chances de representar o Brasil nas Olimpíadas é a jogadora de vôlei de praia Talita Antunes, que nasceu na cidade de Aquidauana. Sobrinha do professor "Melão", treinador de vôlei da Mace, a atleta atua ao lado da carioca Renata e figura como a segunda melhor dupla brasileira, atrás apenas das campeãs mundiais Juliana/Larissa. O País tem direito à duas vagas e Talita está com esta segunda vaga, mas intensifica os treinamentos, pois atrás dela e também de olho na vaga estão atletas consagradas como Adriana Behar, Shelda, Leila, Sandra e outras.

No futebol, vários jovens atletas do Estado tem se destacado e podem ser convocados pelo treinador Dunga, que para as Olimpíadas pode convocar apenas jogadores com menos de 23 anos. O mais cotado à fazer parte da relação de convocados é o douradense Lucas, revelado pelo Grêmio-RS e que hoje defende o time inglês do Liverpool. Correm por fora na disputa por uma vaga entre os convocados os atletas Keirrison e Danilinho. O primeiro foi o artilheiro do Coritiba na conquista do título da Série B em 2007, desempenho que valeu uma convocação para a Seleção Olímpica no último mês de dezembro. Já o ponta-poranense Danilinho disputou o último Sul-americano Sub-20, quando foi campeão ao lado de Lucas, mas a partir daí não apareceu mais nas recentes convocações. À seu favor está sua boa atuação no Brasileirão 2007, quando assumiu o posto de titular e peça-chave no esquema do Atlético-MG.

No adestramento, o atleta Rogério Clementino, nascido em Tacuru, reside e trabalha atualmente no interior paulista, adestrando cavalos na Coudelaria Ilha Verde. Medalha de bronze por equipes no Pan Rio 2007, levou o Brasil à vaga olímpica, mas tem sua participação ameaçada devido a diferença técnica existente entre o Brasil e os países da elite do esporte de adestramento. Participando ou não das Olimpíadas, a história de Rogério é um exemplo para os desportistas. Nascido em uma fazenda, sempre foi apaixonado por cavalos e agarrou todas as chances de se aperfeiçoar na montaria e adestramento. Há alguns anos, surgiu a oportunidade de trabalhar em uma Coudelaria (local de criação e adestramento de cavalos), onde está em constante treinamento e evolução. Além de bronze no Pan, Clementino é campeão brasileiro de adestramento.

Na natação, dois jovens sul-mato-grossenses aparecem na elite da natação brasileira e buscam a vaga olímpica. O cassilandense Cândido Silva Júnior, de 18 anos, é o terceiro no ranking brasileiro está à apenas cinco décimos do índice olímpico na prova dos 100 metros borboleta. Porém, para garantir uma vaga nas Olimpíadas, terá que superar os brasileiros Fernando Silva e Kaio Márcio, que já alcançaram o índice olímpico. Cândido começou a treinar na piscina do Aquacenter de Dourados e atualmente defende o Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte. Outro atleta da natação é Lucas Kanieski, que está à nove segundos do índice olímpico na prova dos 1500 metros livre. Aos 17 anos, o atleta também começou em Dourados, representou também o Aipan/Comercial e hoje ostenta a bandeira do Corinthians-SP. Estes dois atletas, caso não consigam a vaga em 2008, são muito novos e tem grandes chances de representarem o Brasil ainda em Olimpíadas futuras.

No atletismo, o três-lagoense Gustavo Gomes de Mendonça foi o melhor atleta do País em 2007 no arremesso de peso. Porém, sua marca de 17,86 metros ainda está distante do índice olímpico de 19,80 metros. Gustavo, de 23 anos, estuda e treina na equipe da Funtec, de Recife (PE).

Nas lutas, a situação é complicada, mas dois atletas podem sonhar com a vaga olímpica. Na luta olímpica, o campo-grandense Roberto Abreu Filho foi reserva de Antoine Jaoude na seleção do Pan Rio 2007. Jaoude domina a categoria pesado da luta olímpica há 12 anos e Robertinho aparece como seu reserva e possível sucessor, mas provavelmente, apenas uma lesão pode tirar Antoine de Pequim. Ainda assim, Robertinho é atualmente um dos principais nomes da luta olímpica brasileira e também do jiu-jitsu, tendo conquistado a Copa Brasil de Luta Olímpica em 2006 e diversos torneios internacionais de jiu-jitsu durante sua vitoriosa carreira.

No boxe, a situação é também difícil, mas o campo-grandense Gleison Mamute mostrou em dezembro que tem condições de brigar pela vaga, vencendo na final do campeonato brasileiro, o titular da seleção na categoria pesado, o baiano Gidelson Oliveira. Segundo Mamute, para que a Confederação o torne titular, sua missão não será nada fácil. Ele terá que vencer praticamente todos os torneios do primeiro semestre para ficar com a vaga do baiano Gidelson. Mesmo que não fique com a vaga, Mamute conquistou o título brasileiro inédito para o Estado, o que também o credencia como um dos principais nomes do esporte de Mato Grosso do Sul.

Entre todos estes nomes, poucos ainda treinam e residem no Estado, pois Mato Grosso do Sul, infelizmente, ainda não oferece condições para o desenvolvimento do esporte de alto rendimento na maioria das modalidades. Em busca de melhores oportunidades, crescimento e salários, os atletas passam a defender equipes de outros Estados do País. Ainda assim, nasceram nas escolinhas sul-mato-grossenses e toda a população pode e deve torcer para que os "filhos de nossa terra" alcancem êxito na luta pela tão desejada vaga olímpica.

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