Kickboxing | Da Redação | 27/01/2025 09h11

Marina Bernal: O caminho da resiliência na arbitragem do kickboxing

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Marina Martinez Bernal nasceu em Caarapó, no dia 24 de julho de 1983, e tem se destacado como árbitra no universo do kickboxing. Sua trajetória no esporte começou de uma forma peculiar, com a intenção de levar conhecimento às regras para atletas que estavam começando a competir nessa modalidade.

“Fiz o curso arbitral para levar conhecimento sobre as regras para os atletas da minha equipe que já competiam outras artes marciais e iriam começar a competir Kickboxing”, conta ela, ao explicar como se envolveu com o esporte.

A paixão pelo kickboxing e sua dedicação ao desenvolvimento da modalidade são evidentes em suas palavras. Para Marina, o que mais a encanta no esporte é “o quanto de amor envolvido tem por trás. Seja atleta, técnico, equipes, árbitros, federação, confederação, família... Só está no Kickboxing quem realmente ama o que faz.” Ela ressalta que, apesar das dificuldades, todos se empenham para o crescimento do kickboxing.

Em relação às lições que o kickboxing trouxe para sua vida, Marina destaca a importância da resiliência e da união. “A mais importante delas é sobre resiliência e união e o quanto trabalhar firme e em equipe podem te levar a lugares inimagináveis.”

Sua decisão de seguir a carreira de árbitra foi movida pelo amor ao esporte e pela vontade de contribuir para a expansão do kickboxing no Brasil. “Dar continuidade no trabalho daqueles que vieram antes de mim e promover melhores condições aos que virão depois. Plantar uma sementinha, para que os que vierem depois encontrem bons frutos”, explica Marina sobre sua motivação.

Ser árbitro de kickboxing exige diversas responsabilidades, e Marina detalha as principais delas: “O árbitro é responsável por dar andamento à luta, seja compondo a mesa onde se operam os tempos de rounds/intervalos/tempo médico, seja chamando as lutas e fazendo o lançamento dos resultados no sistema, seja como juiz nas laterais, pontuando a luta de acordo com as regras, bem como central, conduzindo os atletas e sempre priorizando a integridade dos mesmos, o fair-play e um bom combate.”

Para ser eficaz, um árbitro precisa de preparação física, foco mental e isonomia. “Um bom preparo físico é fundamental. Chegamos a arbitrar 70, 80 lutas por dia. A mente também precisa estar focada. E isonomia total para desenvolver nosso trabalho”, afirma.

Marina também acredita que a arbitragem desempenha um papel vital na evolução do esporte. “Bons árbitros promovem o crescimento de confiança na modalidade, o que gera um aumento da procura, causando assim, automaticamente, a expansão do Kickboxing”, declara ela. Essa confiança, segundo ela, é estabelecida por meio do bom relacionamento com atletas e técnicos, algo que é crucial para a valorização das regras.

Em relação ao papel das mulheres na arbitragem de esportes de combate, Marina aponta que as mulheres têm conquistado mais espaço. “Estamos ocupando nossos espaços. Dia após dia demonstramos nossa competência e dedicação e temos crescido muito a participação feminina na arbitragem.” Contudo, ela reconhece que ainda existe um longo caminho a ser percorrido. “Nós sempre temos que provar em dobro nosso mérito pelo espaço conquistado”, destaca.

Marina também compartilha sobre os desafios enfrentados por mulheres em um ambiente predominantemente masculino. “A busca por respeito. Hoje já não é mais tão frequente pra mim graças ao meu histórico no esporte, mas uma mulher ocupando espaço em ambiente masculino, sempre vai ter que ser duas vezes mais competente e vai ter que demonstrar isso com uma frequência muito maior que um homem no mesmo lugar”, reflete.

Ela também vê a importância de incentivar mais mulheres a seguirem a carreira de árbitra no kickboxing, mostrando que a modalidade é inclusiva. “Aqui no MS a Federação tem trabalhado continuamente para oportunizar a participação feminina na arbitragem e sempre estamos de portas abertas para novas integrantes.” Além disso, Marina enfatiza a necessidade de ações estruturadas para melhorar a qualidade da arbitragem e a visibilidade do esporte em Mato Grosso do Sul. “Temos investido em capacitações teóricas contínuas, além de oportunizar a participação em grandes campeonatos para adquirir conhecimento técnico e prático.”

Por fim, ela descreve o crescimento do kickboxing em Mato Grosso do Sul nos últimos anos. “Graças ao trabalho desenvolvido pela FKBMS, saímos de mero coadjuvantes e caminhamos a passos largos para nos tornar destaque nacional/internacional”, destaca, evidenciando o progresso alcançado pelos atletas e pela modalidade no estado.

O trabalho árduo de Marina e de tantos outros envolvidos no kickboxing é uma prova de que, com dedicação, é possível fazer o esporte crescer, apesar das dificuldades. “O kickboxing do MS não para!”, conclui Marina, com o espírito de quem segue firme em sua missão.

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