Judô | Lucas Castro | 28/05/2019 17h53

VI Copa Judô Futuro bate recorde de participação de projetos sociais

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A Associação Atlética Judô Futuro, com o apoio da Federação de Mato Grosso do Sul (FJMS), realizou no sábado (25), a sexta edição da Copa Judô Futuro Interestadual. A competição, realizada no ginásio poliesportivo do Colégio Status, em Campo Grande-MS, faz parte do Circuito Estadual da FJMS e contou pontos para o Ranking Estadual de Seleções.

O torneio foi disputado nas classes judokinha (3 a 8 anos), sub-11, sub-13, sub-15, sub-18, sub-21, sênior, veteranos (acima de 30 anos) e dangai (faixas branca a laranja, acima de 15 anos). As categorias foram super-ligeiro, ligeiro, meio-leve, leve, meio-médio, médio, meio-pesado, pesado e super-pesado, nos naipes masculino e feminino.

No total, 960 atletas, sendo 421 no naipe masculino e 239 no feminino, participaram do evento. O torneio reuniu 34 equipes. Além das agremiações do estado, equipes de outras unidades federativas também marcaram presença. Foram elas: Associação Atlética Wider Santos (Jataí/GO), Associação Valparaíso Judô Clube (Valparaíso de Goiás/GO) e Judô Celso Ogawa (Maringá/PR).

Atividade lúdica e física animou os "judoquinhas" após a abertura (Foto: Lucas Castro)

No quadro geral de medalhas por entidade, a anfitriã do evento, Associação Atlética Judô Futuro foi a campeã. Ao todo, o clube faturou 57 medalhas (23 de ouro, 13 de prata e 21 de bronze). A equipe teve o maior número de atletas da disputa, com 90 no total.

O Judô Clube Rocha/Rádio Clube foi o segundo colocado, com 44 medalhas (19 de ouro, 12 de prata e 13 de bronze). A equipe teve a quarta maior delegação e teve a participação de 53 judocas. Na terceira colocação, ficou a Associação Desportiva Moura/Estoril. A agremiação, idealizada pelo sensei Marco Moura, conquistou um número maior de medalhas em relação ao Judô Rocha, mas subiu ao pódio menos vezes em primeiro lugar. O Judô Moura terminou a competição com 56 medalhas, das quais 16 foram douradas, 14 prateadas e 26 bronzeadas.

O quadro geral, com a colocação de todas as equipes e os resultados individuais dos atletas, pode ser conferido por meio deste link.

Medalha de ouro da competição (Foto: Lucas Castro)

Para o diretor técnico da FJMS, Marcelo da Silva Matos, a Copa Judô Futuro, tradicional no calendário estadual da modalidade há alguns anos, auxilia na manutenção do alto nível do judô sul-mato-grossense. “A disputa é medalha por medalha, todos querem pontuar no ranking e defender o escudo de seu clube. A Copa Judô Futuro é a oportunidade para muitos atletas competirem com outros judocas de alto nível e é um campeonato que ajuda a mostrar o caminho que o judô de Mato Grosso do Sul está seguindo e vai seguir por muitos anos”.

Número recorde de projetos sociais

A sexta edição da Copa Judô Futuro bateu recorde de participação de judocas oriundos de projetos sociais. Ao todo, 72 atletas, de nove entidades voltadas a crianças e adolescentes de baixa renda, pisaram no tatame do Colégio Status no último sábado. Confira a lista de projetos sociais participantes:

- Projeto FJMS/Prefeitura de Nioaque (27 atletas: 18 masc., 9 fem.)

- Projeto FJMS/Banzai de Judô (21 atletas: 17 masc., 4 fem.)

- Projeto FJMS/Parques Cemte/Soter/Nasser (6 atletas: 4 masc., 2 fem.)

- Projeto FJMS/Maria Pedrossian (5 atletas: 5 masc.)

- Projeto FJMS/Escola Municipal Olivia Enciso (4 atletas: 4 masc.)

- Projeto FJMS/Prof. Ulisses Serra (4 atletas: 1 masc., 3 fem.)

- Projeto FJMS/Escola Municipal Santos Dumont (3 atletas: 2 masc., 1 fem.)

- Projeto FJMS/Pequenos Guardiões (1 atleta: 1 masc.)

- Projeto FJMS/Escola Estadual Maria De Lourdes Toledo Areias (1 atleta: 1 masc.)

Mesa composta para abertura oficial do torneio (Foto: Lucas Castro)

Para o presidente da FJMS, José Ovídio da Silva, a criação de projetos sociais é uma preocupação de longa data da entidade esportiva. “Os gestores têm de ter esse pensamento, porque nenhuma criança escolhe uma família para nascer. Às vezes, ela nasce numa família mais afortunada e em outras, não. Cabe a nós diminuir essas diferenças, proporcionando igualdade de condições a aqueles que ainda não têm condições financeiras”.

“Nosso objetivo é facilitar o acesso dessas crianças a competições. Para isso, devemos reduzir taxas de participação, fomentar a quantidade de atletas que podem participar destes projetos sociais, ajudar clubes e técnicos a desenvolverem o trabalho social no estado. Com isso, fortalecemos o judô de Mato Grosso do Sul”, completou José Ovídio.

Alessandro Nascimento (à esquerda) e José Ovídio (à direita) (Foto: Lucas Castro)

O diretor técnico da FJMS, Marcelo da Silva Matos, fez uma autorreflexão do desempenho sul-mato-grossense no Campeonato Brasileiro Região IV, em Ji-Paraná/RO. Mato Grosso do Sul faturou número recorde de medalhas, mas acabou em segundo lugar na classificação geral, atrás do Distrito Federal, após período de hegemonia regional.

“Talvez a renovação dos judocas, com maior participação de atletas de projetos sociais no Regional IV deste ano, foi o que faltou. Quando estamos no topo, muitas vezes não conseguimos enxergar nossas próprias falhas. Esse segundo lugar fez com que a gente identificasse algumas coisas ocultas por causa de vitórias. As vitórias ocultam nossos erros”, salientou Marcelo Matos, ao Esporte Ágil.

Oriundo de projeto social, o fundador da Associação Atlética Judô Futuro e organizador do evento, Alessandro Nascimento, ressalta que os projetos destinados a jovens de nível socioeconômico mais baixo são responsáveis por fomentar o judô local. “Nosso judô é forte, porque tem projeto social. Todo mundo participa, aquele que tem dinheiro ou o que não tem. Acho que aqui em Mato Grosso do Sul é difícil ter um ginásio tão cheio igual esse [da Copa Judô Futuro]. Os projetos sociais são os responsáveis por isso”.

Nesta edição da Copa Judô Futuro, todos os projetos sociais tiveram representatividade no pódio, exceto o Pequenos Guardiões, de Jardim-MS. O Banzai de Judô, da capital, foi o que mais teve atletas medalhistas. O clube terminou em 10º lugar na classificação, ao obter 12 medalhas, sendo 4 de ouro, 5 de prata e 3 de bronze.

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