O judoca campo-grandense Rafael Silva, 37 anos, anunciou sua aposentadoria após os Jogos Olímpicos de Paris. No individual, ele acabou eliminado na primeira luta, mas por equipes, ajudou o Brasil a conquistar a inédita medalha de bronze.

“Eu não vou estar treinando na mesma intensidade. São 20 anos vivendo em alto rendimento, treinando, emendando um ciclo olímpico no outro, muitas vezes sem férias. Estou curioso para saber como vai ser essa nova fase. É natural ter essa ansiedade, mas acho que vai ser muito bom”, disse, em entrevista ao Nsports.

Baby, como é conhecido, foi o único sul-mato-grossense nos Jogos da Paris. Dono de bronzes nas Olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016, o campo-grandense foi um dos atletas mais experientes da delegação brasileira e se tornou o judoca mais velho da história a ir ao pódio, superando o alemão Arthur Schnabel, que tinha 36 quando ganhou medalha em Los Angeles 1984.

“Eu acho que vai ser bom, mas é natural haver um pouco de ansiedade. Conforme os anos vão passando no esporte, a mochila vai ficando mais pesada, o preço a se pagar vai ficando cada vez mais alto, e você quer desenvolver novos projetos, plano familiares, que acabam ficando de lado devido ao esporte”, disse Baby.

Com a medalha por equipes, a terceira olímpica da carreira, se tornou o primeiro judoca brasileiro a ter três pódios olímpicos, superando Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro, todos com dois.

O gigante de 2,04m e 180kg ajudou o Brasil na disputa da repescagem contra a Sérvia. Derrotou Aleksandar Kukolj e marcou um dos pontos da vitória do Brasil por 4 a 1. Na decisão do bronze, contra a Itália, a escolha da comissão técnica foi entrar com Leonardo Gonçalves no time.