Geral | Da Redação | 24/05/2024 09h26

Cezário na prisão: Será que finalmente nos demos conta de que estamos no fundo do poço?

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A prisão do presidente da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul), Francisco Cezário de Oliveira, nesta terça-feira (21), levanta uma reflexão para os escassos amantes do futebol local: será que agora, finalmente, nos demos conta de que nosso futebol está no fundo do poço?

Nos anos de 1970 e 1980, os times locais arrastavam multidões ao hoje combalido Estádio Morenão. Na década de 1990, no entanto, este cenário mudou e o futebol sul-mato-grossense rumou ladeira abaixo: sem público, sem dinheiro e sem atrativos. Coincidência ou não, Cezário está há 27 anos à frente da FFMS.

O todo poderoso do nosso futebol se perpetuou no cargo e está (pasmém!) em seu sétimo mandato como presidente da entidade. Ele só se afastou da função quando foi prefeito do município de Rio Negro.

Cezário nunca teve, de fato, uma oposição enquanto esteve à frente da Federação, apesar de uma necessidade constante de oxigenação na FFMS. Denúncias surgiram, mas não prosperaram, e os órgãos de controle seguiam de mãos atadas frente a um presidente que, ao que parecia, seria vitalício no cargo.

Agora, pelo jeito, o cerco se fechou ao presidente, sob a acusação de desviar recursos da Federação. Ele acordou dando bom dia aos agentes do Gaeco, braço do Ministério Público responsável por reprimir o crime organizado. De lá, seguiu direto para uma cela do Presídio de Trânsito.

A operação “Cartão Vermelho” investiga possível lavagem de dinheiro na FFMS. A entidade recebe recursos do Estado e da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Valores esses que, em muitos casos, não eram investidos como deveriam. Para o MPE, pelo menos R$ 6 milhões foram afanados dos cofres da entidade.

Hoje, Mato Grosso do Sul ocupa o terceiro pior lugar no Ranking Nacional de Futebol da CBF: somos o 25º Estado. Piores que nós, apenas Rondônia e Amapá.

Agora, com Cezário na cadeia e nosso futebol em ruínas, fica a pergunta: nosso futebol está, ou não, no fundo do poço?

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