Esportes Radicais | Da redação/com Diário Online | 21/10/2013 10h57

Pantanal Extremo terá primeira maratona de “Stand up” do Brasil

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Corumbá (MS) - Remar sobre uma prancha no caudaloso rio Paraguai, entre camalotes, voos rasantes de tuiuiús, garças e biguás, revoadas de pássaros e a possibilidade de avistar jacarés, capivaras e até uma onça-pintada. Este será o cenário da maratona do “Stand up paddle”, uma das principais provas do Pantanal Extremo – Jogos de Aventura, que ocorrerá em Corumbá de 21 a 24 de novembro.

O novo esporte praticado no Brasil pelos atletas das águas tem tudo a ver com o evento de aventura. Além do contato com a beleza cênica do Pantanal e sua rica adversidade, os competidores terão um estímulo a mais: vão participar da primeira maratona da modalidade no País.

A prova oficializada pela Confederação Brasileira de Stand Up Paddle (CBSUP), no dia 24 pela manhã, terá um percurso de 30 km, com largada na Baía do Tuiuiú, e chegada no porto geral da cidade. Os maiores percursos já vencidos pelos remadores, nos circuitos brasileiros, não passaram de 16 km (o Bahia Sup Race, disputado na Bahia). Remar em um rio também será um novo desafio.

“Será uma prova extremamente de resistência, algo inédito, onde os atletas terão um ambiente realmente inusitado, em contato permanente com a natureza durante todo o percurso”, explica o coordenador geral do Pantanal Extremo, Rodrigo Terra. “Sairá daqui o primeiro campeão de maratona do ‘stand up’ do Brasil, isso também aumenta a adrenalina e atrai os maiores atletas da atualidade.”

Caminho das águas

O rio Paraguai foi considerado o ambiente ideal para a prova, na opinião do presidente da CBSUP, Ivan Tadeu. O Pantanal Extremo abriu 100 inscrições para a maratona, que entrará no calendário oficial da entidade, e já confirmaram presença os líderes do ranking nacional, o paulista Paulo dos Reis e a baiana Bárbara Brazil Nunes (bicampeã brasileira). Serão distribuídos R$ 20 mil em prêmios.

Formador do Pantanal, o rio Paraguai nasce na Serra dos Parecis, em Mato Grosso, e corta o Pantanal de Norte ao Sul, desaguando no Paraná, percorrendo mais de 1.200 km na área mais alagável do mundo. O rio é explorado desde a chegada dos portugueses ao Brasil e passa por ciclos de cheia e seca, que são essenciais para a renovação da vida no Pantanal. A maratona será disputada em período de seca.

Stand up pantaneiro

Fundada há 235 anos para ser uma fortificação na defesa do território e único núcleo urbano brasileiro invadido na Guerra do Paraguai (1864/1870), Corumbá tem uma forte ligação com o rio, que contorna seus paredões de rocha antes de tomar o rumo ao Plata. No passado, a cidade foi o maior porto fluvial da América Latina e hoje é um dos maiores destinos de pesca esportiva do País.

A maratona de “stand up” reserva um pouco do espírito aventureiro dos desbravadores da região. A Baía do Tuiuiú, ponto de largada, é um canal que leva a água do rio até a próxima fronteira com a Bolívia, formando a Lagoa de Cáceres, em Puerto Suárez. O local concentra plantas aquáticas, entre as quais a vitória-régia, muitos animais e aves. É preferido dos pescadores de pintados e pacús.

No percurso da prova, os atletas terão o privilégio de conviver com o ambiente pantaneiro, dentro e fora do rio. Nas margens, ficam os catadores de iscas e pescadores profissionais, os quais, remando em pé em suas canoas-de-um-pau-só, já praticam o “stand up” bem antes de sua introdução no Brasil. Na água, o segredo é seguir o camalote (planta aquática) para encontrar o canal do rio

Desafios naturais

Com largura de até 200 metros na planície, o Paraguai corre lentamente, devido a baixa declividade no Pantanal, mas aumenta a correnteza na seca. Seu nível no período da prova deve oscilar entre 2 a 7 metros, formando bancos de areia. É preciso ter atenção com os troncos secos. No percurso, os competidores passarão por três ilhas, onde se concentram jacarés, capivaras e uma infinidade de pássaros, como o tuiuiú, ave de grande porte e símbolo do Pantanal, que pode ser avistado com frequência nas margens e nos galhos secos das árvores mais volumosas, onde constrói seu ninho.

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