Editorial | Da redação | 09/01/2010 16h20

Poder público investe em estrutura mas se esquece dos atletas

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Editorial

Mais um ano se passou e o mês de janeiro é uma época propicia para analisarmos o que de melhor - e pior - aconteceu nos campos, quadras, tatames, piscinas e palcos esportivos de Mato Grosso do Sul. Com essa análise, é possível ver em que ponto erramos e, em 2010, não repetir as falhas, além de traçar novas metas para alavancar o esporte sul-mato-grossense.

Campo Grande recebeu grandes eventos em 2009. Grandes também foram as quantias investidas na "maquiagem" de estádios e ginásios. Apesar disso, nossos atletas continuaram de mãos abanando. Em 2009, vimos atletas que, apesar das dificuldades, conseguiram grandes resultados para Mato Grosso do Sul.

Caso do fundista Yeltsin Jacques, que conquistou três medalhas de ouro nos Jogos Parapanamericanos Sub-21, realizados em Bogotá (Colômbia). Outro resultado de expressão foi as quatro medalhas nos Jogos Mundiais Juvenis Paraolímpicos da Federação Internacional de Desporto para Cegos (Ibsa), realizados em Colorado Springs (EUA) no mês de julho: ouro nos 5.000 metros, prata nos 1.500 metros, bronze nos 800 metros e ouro nos 4x400 metros por equipe. Com as façanhas, o atleta é apontado como uma das principais promessas para o próximo ciclo paraolímpico.

Por outro lado, alguns atletas preferem mesmo, seguir o caminho mais prático e "migram" para representar outros estados nas competições. Caso dos nadadores Bernardo Nunes, Daniel Grimm, Matheus Kuffner, Matheus Lima e Fernanda Silva, que irão para equipes do Paraná e de Santos (SP). Cansado de "nadar contra a maré", um desses atletas foi claro ao dizer que "o Estado não apoia o esporte".

Com esse contraste, fica a pergunta: que herança esses investimentos citados anteriormente deixarão para o esporte sul-mato-grossense, além das lembranças? Não seria melhor investir na base para ter atletas "da casa" desfilando, não apenas nos palcos da Capital, mas também representando o Estado pelo país? Vale a pena investir na estrutura e não ter atletas? Logicamente, não somos contra investir em infraestrutura. Muito pelo contrário. O ideal seria fazer um investimento não-perecível, que não se perdesse após alguns meses e, principalmente, não se esquecer dos atletas, que tanto lutam para representar o Estado e não recebem nada em troca - literalmente.

Vale - ou não - lembrar do "mico" que a Capital pagou durante o Desafio Petrobras de Handebol no mês de dezembro. O jogo, que tinha flashes ao vivo em rede nacional pela TV Record, foi interrompido por vários minutos, por conta de uma goteira no Guanandizão, fato que deixou impaciente alguns torcedores.

"Na cola" - Neste mês de janeiro, na sessão Bate-bola, o Esporte Ágil entrevistou os quatro vereadores da chamada "bancada esportiva" da Câmara Municipal de Campo Grande. Estamos de olho nos parlamentares que se elegeram erguendo a bandeira do esporte na Capital.

Mario Cesar, Vanderlei Cabeludo, João Rocha e Herculano Borges receberam nossa reportagem em seus gabinetes para falar do que fizeram este ano e do que ainda pensam em fazer pelo esporte em Campo Grande, através de projetos e apoio a eventos que serão realizados.

Na entrevista, falaram ainda sobre como a Capital pode aproveitar os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro, e, sem exceções, acreditam que o FAE pode ser melhorado para ajudar os atletas.

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