Editorial | Da redação | 10/06/2007 16h11

Junho: Campo Grande entra na disputa pela Copa 2014

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O esporte foi muito comentado neste mês de maio, principalmente em conseqüência da viagem do prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho à Portugal, para conhecer a experiência daquele país na realização da Eurocopa-2004 e avaliar as possibilidades de Campo Grande ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, que o Brasil quer sediar e não possui adversário para tal. Ao ouvir do vereador Vanderlei Cabeludo sobre esta possibilidade, Nelsinho parece não ter dado muito crédito, mas agora se mostra disposto à engajar-se para que nossa Capital seja uma das escolhidas. O presidente da Funesp, João Rocha, entregou ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, no final do mês, o questionário baseado no Caderno de Encargos para que a CBF avalie as possibilidades de cada uma das cidades candidatas.

Caso Campo Grande seja uma das escolhidas, isso certamente trará grande alegria à população e também um bom movimento econômico, principalmente no comércio e na rede de serviços da cidade, na época do torneio. Por um outro lado, é preciso tomar o Rio de Janeiro nos Jogos Pan-americanos como exemplo, pois este já gastou muito mais que o previsto no orçamento inicial, onerando os cofres dos governos federal, estadual e municipal. Em terras lusitanas, o prefeito Nelsinho participou do Seminário Internacional sobre Construção e Gestão de Modernos Estádios de Futebol e visitou estádios, o que pode mostrar-se válido para que não haja desperdício com os investimentos na construção ou reforma de estádios e obras complementares necessárias para abrigar um evento deste porte.
De carona no assunto, a Assembléia Legislativa, por iniciativa do deputado Coronel Ivan realizou no final de maio, uma audiência pública chamada "O Futebol em MS, uma paixão adormecida", que resultou na criação de um fórum permanente para acompanhar e debater a situação do esporte no Estado. O futebol de Mato Grosso do Sul não acompanhou o crescimento e a elitização do futebol no país e hoje os times estão decadentes e os estádios vazios. Nossos dirigentes não souberam reinvestir o que ganharam na época áurea e, como uma empresa, inevitavelmente faliram. Atualmente, o Estadual ainda é disputado, mas nossos times não conseguem passar nem da primeira fase do Brasileiro da Série C e da Copa do Brasil. No futebol de base, o que se vê são "treinadores empresários" ou "empresários treinadores", que vêem na venda de jogadores ainda adolescentes uma boa fonte de renda. O esporte que deveria ser utilizado como uma fonte de inclusão social acaba sendo utilizado de forma mesquinha por muitas pessoas, geralmente por interesses próprios. É claro que ainda existem muitos que, de forma altruísta, enfrentam as tardes de sol para treinar crianças carentes pelo simples, mas essencial motivo de tira-la das ruas e das más influências que a ociosidade pode trazer ao seu desenvolvimento.
O futebol profissional hoje é um negócio lucrativo e deve ser pensado neste âmbito, empresarial e financeiro. Mas o futebol só se torna esporte, na essência do significado da palavra, quando se aproxima do amadorismo, onde não há influência do dinheiro, onde os ideais são os de inclusão, solidariedade, companheirismo, educação, saúde e todos os outros aspectos que configuram a boa e saudável prática esportiva. O futebol "digno de palmas" encontramos quando chegamos em um campo de várzea, geralmente esburacada, e vemos um "treinador" ensinando a criança não apenas a chutar, cabecear, mas também a ser educada, disciplinada, estudiosa e cidadã.
E falando de futebol, não se pode deixar de citar o caso envolvendo o time do Coxim Atlético Clube, que neste Estadual, utilizou um jogador que estava suspenso, com o nome de outro, que estava contundido, o que resultou na perda de pontos e a desclassificação do time, deixando sua vaga nas semifinais para o Operário Futebol Clube.
Jogos Pan-americanos Rio 2007 - As datas de realização dos Jogos Pan-americanos na cidade do Rio de Janeiro estão cada vez mais próximas e a chama da tocha pan-americana já está rodando o país. Ela passa por Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, no dia 28 de junho, em um dia festivo que vai reunir todos os envolvidos com o esporte na cidade. Cinqüenta pessoas terão o privilégio de carregar a tocha - dentre atletas, ex-atletas (indicados pelas federações esportivas de Mato Grosso do Sul), personalidades e outros - em um revezamento que vai percorrer as principais ruas da cidade. As cidades-anfitriãs representarão os 42 países das Américas participantes dos Jogos Pan-americanos Rio 2007. Na cerimônia, Campo Grande representará a Dominica. A seleção de cidades se baseou na inclusão de capitais estaduais e em outras localidades, a partir de critérios como a representatividade econômica, histórica, ecológica e turística de cada uma.
Apesar dos gastos para o Pan terem ultrapassado todos os orçamentos apresentados inicialmente, agora é hora de deixar as críticas e sabermos aproveitar todos os benefícios que um evento deste porte pode trazer para nosso país. As áreas beneficiadas, como infra-estrutura urbana, rede hoteleira, comércio, serviços, e acima de tudo, ficará a memória de um momento especial, quando foram reunidos atletas de todas as Américas para uma confraternização histórica em torno dos valores do esporte.

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