Editorial | Da redação | 05/11/2014 11h10

Esporte 2015: mudar é preciso!

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Campo Grande (MS) - Passado o período eleitoral, quando os investimentos em esporte no Estado se escasseiam ainda mais, pelo menos três nomes surgem como favoritos para comandar a Fundesporte (Fundação do Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) a partir de 2015, segundo comenta-se nos bastidores políticos: Vagner Almeida, Carlos Alberto de Assis e Júlio César Komiyama. Ao contrário das duas últimas diretorias da entidade, os três, todos filiados ao PSDB, possuem fortes ligações com o esporte e, dizem, já estariam se articulando para assumir a principal entidade esportiva do Estado.

Ex-atleta profissional de basquete, Vagner Silva de Almeida é professor de educação física e atual presidente da LPBMS (Liga Pró-Basquetebol de Mato Grosso do Sul). Filiado ao PSDB, concorreu ao cargo de deputado estadual na chapa encabeçada pelo governador eleito Reinaldo Azambuja. No entanto, conseguiu 1.436 votos e sequer conseguiu a suplência na Assembleia Legislativa.

Também profissional de Educação Física, Carlos Alberto de Assis já dirigiu federações, foi presidente do Esporte Clube Comercial e da Funesp (Fundação Municipal de Esporte), em Campo Grande, durante mais de quatro anos durante a gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad. Deixou o cargo em abril de 2012, após o PSDB se ‘desgarrar’ do PMDB para lançar candidatura própria à Prefeitura, e foi um dos coordenadores da vitoriosa campanha de Reinaldo Azambuja no pleito de outubro.

Já Júlio César Komiyama foi diretor da Fundesporte entre julho de 2008 e fevereiro de 2012, quando deu lugar à Flávio Brito -apadrinhado político do deputado federal Geraldo Resende (PMDB). Coronel da Polícia Militar na reserva, é professor de Educação Física. Possui pós-graduação, realizada naquele estado, em Medicina e Administração Desportiva; especialista em voleibol, futebol e atletismo.

Que os três possuem experiência comprovada na área, não restam dúvidas. No entanto, o que é necessário, segundo atletas e dirigentes de clubes, é o fim dos apadrinhamentos, tanto na escolha do comando da entidade, quanto na seleção dos contemplados pelos projetos, como FIE (Fundo de Investimentos Esportivos) e Bolsa-Atleta.

Há que se mudar, principalmente, a filosofia implementada na entidade de se beneficiar com muito alguns poucos, enquanto muitos ficam a ver navios. Entidades consideradas ‘ricas’, como as de esporte a motor, recebem quantias astronômicas anualmente, cobram taxas altas dos participantes, premiam somente com troféus e medalhas e pouco colaboram com o desenvolvimento social de jovens. Enquanto isso, promessas que sequer possuem um tênis adequado ficam impedidos de competir por falta de apoio.

O Esporte Ágil não defende o fim do custeio, por parte do poder público, dos grandes eventos automobilísticos em nosso Estado. Sempre vamos cobrar, por mais utópico que possa ser, a ampliação dos investimentos no esporte, em todas as modalidades, sem restrições. No entanto, deve haver razoabilidade. É inconcebível uma entidade receber R$ 500 mil, por exemplo, enquanto uma jovem promessa morre na praia por não ter um par de tênis ou um campo para jogar. Há que se valorizar o rendimento, mas sem esquecer da base, dando oportunidades para nossa juventude.

O novo presidente da Fundesporte deve promover uma “mudança de verdade” na filosofia de trabalho da entidade, varrer os apaniguados e centrar esforços no desenvolvimento do esporte local. Privilegiar, de fato, o alto rendimento, acompanhando o crescimento técnico de nossas promessas e fiscalizando o destino da verba aplicada. 

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