Editorial | Da redação | 31/07/2009 13h00

Agosto: Esporte fora da Capital é muito mais valorizado por todos

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Editorial

É incrível a diferença entre os eventos esportivos da Capital e do Interior. Nós do Esporte Ágil pudemos conferir isso de perto no mês de julho, na final do Campeonato Estadual de Futebol. A cidade de Ivinhema parou para acompanhar o time da casa, assim como Naviraí, que parou para prestigiar o Naviraiense. E quando dizemos que os municípios pararam, queremos dizer que pararam mesmo. Ambas as cidades decretaram ponto facultativo em razão da partida. O resultado disso foi o Estádio Saraivão cheio e vibrante. O frio não esfriou a torcida, muito menos a chuva que ameaçou cair. A sensação térmica não era de 15 graus, e sim de 40. Fora de Campo Grande é assim: todo evento esportivo é visto como um acontecimento importante, o que não vem ocorrendo muito por esses lados. O mesmo ocorre com eventos de motocross, vôlei, basquete... Qualquer modalidade é sinônimo de casa cheia.

Em Nova Andradina tivemos outro exemplo disso, na final da 7ª edição da Taça Nova Andradina de Futsal. O frio era muito pior do que o de Ivinhema, e o evento, sejamos sinceros, bem menos atrativo do que a final do Estadual de Futebol Profissional. Contudo, mesmo com todas essas adversidades, o Ginásio Municipal recebeu um público de dar inveja a muitos torneios de futebol de salão da Capital. Um simples sorteio de brindes atraiu os mais desinteressados. Nada muito pomposo. Foram sorteadas apenas bolas, camisas do Cena e bombas de ar. Para entrar, o torcedor não precisava pagar nada. Para concorrer aos prêmios menos ainda, tudo bancado por empresas locais. Que sirva de exemplo para as daqui.

O campo-grandense, infelizmente, não dá muito valor ao esporte, tanto o investidor quanto o espectador. Uma coisa acaba sendo reflexo de outra. Temos certeza que se as empresas investissem em atletas e eventos, tudo seria diferente. Um exemplo é a aquidauanense Talita Antunes, que poderia estar divulgando a imagem de alguma empresa do Estado e ao invés disso representa o Alagoas. A culpa não é dela, que até tentou viabilizar sua volta para cá. Pense como seria se uma atleta de nível olímpico treinasse por aqui e participasse apenas de algumas etapas estaduais de vôlei de praia - quando não estivesse disputando o Circuito Mundial. Faríamos questão de ir assistir, e temos certeza que você iria também. Sem contar o nível técnico de nossas outras jogadoras, que com certeza iria aumentar. E as crianças? Assistiriam de perto um ícone da modalidade, como é Talita, e provavelmente passariam a querer praticar vôlei. Isso tudo, e quem sabe muito mais, aconteceria por culpa de UMA ATLETA. Precisamos de ídolos dentro do Estado. Urgente.

Não podemos culpar os atletas que vão para fora atrás de um sonho. Temos que culpar é quem tem a capacidade de fazer esses esportistas brilharem por aqui e não o fazem. Poucos enxergam a visibilidade e o retorno que o esporte pode trazer, tanto financeiro como social. Precisamos criar mecanismos que garantam a formação dos atletas em solo sul-mato-grossense, e que estes possam dar um retorno para a sociedade. Nossa população está carente de ídolos, e quem sente isso são nossos ginásios, tatames e estádios, que cada vez estão mais vazios. O primeiro passo para sair dessa situação é criar um centro de excelência. Estrutura temos para isso, a questão é saber aproveitá-la e melhorá-la. Guanandizão e Morenão, por exemplo, são verdadeiros elefantes brancos, que poderiam ser muito mais utilizados, não só para eventos, mas também para treinamentos. Falta mobilização. E não estamos falando apenas de políticos e de empresas. Estamos falando de você também, que pode cobrar deles esse tipo de iniciativa e que pode levar mais sua família para assistir eventos esportivos. Nesse jogo a sociedade não tem o que perder, só o que ganhar.

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