Editorial | Da redação | 12/04/2010 15h30

Abril: Esporte escolar necessita de mais investimentos no Estado

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Editorial

Passadas as águas de março, o esporte sul-mato-grossense já está trabalhando com força total. Somente no mês anterior foram investidos pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte) quase 2 milhões de reais em diversas modalidades, destacando as verbas de 600 mil reais para o projeto Tênis de Mesa Mais Lazer (antigo Esporte + Lazer = Saúde) e de 750 mil reais para execução do projeto Criança no Esporte, Cidadão no Futuro. Ou seja: o dinheiro existe, mas será que estamos investindo corretamente? Mais uma vez não estamos criticando o repasse das quantias anteriores, mas sim destacando que se existe verba para tal, seria justo que houvesse para todo mundo.

O Brasil está prestes a sediar uma Olimpíada e muitos estados já estão se mexendo e incentivando as associações para colocar atletas nessa disputa. Pelo menos desde o ano passado em Mato Grosso do Sul, acontece um fato curioso: os esportes que menos revelam atletas de ponta, que brilham no cenário nacional, são os que mais recebem apoio. Quando essas modalidades "ricas" (e não-olímpicas) conseguem colocar um ou outro atleta em um Campeonato Brasileiro, os presidentes das federações se enchem de orgulho, se dizendo responsáveis por aquela conquista (individual) do atleta.

Enquanto nossos projetos olímpicos não saem do papel, nosso esporte escolar poderia receber algum investimento - ou pelo menos uma maior atenção, já que é um grande celeiro de talentos. A Educação Física vem sendo deixada de lado nas escolas, e infelizmente esse movimento não é de agora. Muitos reclamam de falta de estrutura, mas a questão aqui parece falta de vontade. Antigamente era pior, mas o esporte acontecia. Não seria o momento para secretarias de esporte e educação trabalharem juntas, em sintonia? Fica aí a dica.

Jogos Escolares revelam grandes talentos e os dirigentes veem isso. Mas as escolas públicas, por exemplos, tratam a Educação Física apenas como mais um bate-bola sem compromisso dos alunos ou para com eles.

Outra questão que segue barrando a evolução do nosso esporte é o nível do desporto universitário. Só futebol, vôlei ou basquete é muito pouco diante do que poderia ser trabalhado. O potencial é muito grande e pouco explorado. Veja como exemplo os Estados Unidos, considerados referência na área. Todas as vertentes, como nutrição, fisioterapia, desenvolvimento do atleta e outros são trabalhados dentro de uma faculdade, tornando cada local um verdadeiro centro de excelência esportiva. Em Campo Grande pelo menos duas universidades teriam condições de fazer isso, mas falta vontade.

Com faculdades trabalhando dessa maneira, seria muito mais viável segurarmos atletas de ponta aqui no Estado, todos com reais possibilidades de conquistas nacionais e internacionais na categoria adulta. Além disso, a "idade limite" de nosso esporte subiria mais. Quem abandona hoje sua modalidade com 17 ou 18 anos, por conta da falta de apoio e necessidade de estudar ou trabalhar, poderia ter suas possibilidades aumentadas. Será que as pessoas responsáveis por nosso esporte, já não se cansaram de ver tantos talentos desperdiçados? Nós do Esporte Ágil já, mas não desistimos.

36 Horas de Esporte? - Uma coisa é fato. Quem acompanha sabe que todos os finais de semana temos 36 horas de esportes na Capital. Em março, a Funesp teve o "trabalho" de reunir as federações e realizar os eventos em conjunto. Reuniu e deu nome. Aí fica fácil!

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