Bate-Bola | Da redação | 29/12/2017 08h59

Por sonho, atleta aceita desafio e vai jogar principal torneio de basquete do Brasil

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Carolina topou o desafio e terá que deixar família, amigos e trabalho em Campo Grande. Carolina topou o desafio e terá que deixar família, amigos e trabalho em Campo Grande. (Foto: Divulgação)

Nascida em Presidente Prudente (SP), mas radicada em Mato Grosso do Sul desde a infância, a ala/pivô Carolina Junqueira encara, aos 30 anos, o maior desafio de sua carreira: vai disputar a LBF (Liga de Basquetebol Feminina) em 2018 defendendo as cores da Uninassau/Pernambuco. A decisão de se mudar para Recife, no entanto, não foi fácil. Após recusar dois convites em anos anteriores, ela topou o desafio e terá que deixar família, amigos e trabalho em Campo Grande.

“De primeiro, achei que já não era mais o momento para mim, mas após alguns dias vi que estaria, talvez, perdendo a última oportunidade de realizar um sonho. Estou indo só, meu esposo ficou em Campo Grande. Irmã, cunhado e sobrinhos também, minha mãe, irmão. Difícil você se dedicar, se preparar o suficiente, se não estiver 100% focado no objetivo”, pondera a atleta, de 1,84m.

Em entrevista ao Esporte Ágil, a jogadora fala sobre sua carreira, expectativa com esse novo passo e sobre a situação do basquetebol feminino em Mato Grosso do Sul.

Como surgiu seu interesse pelos esportes em geral?
O esporte sempre existiu dentro da minha casa. Minha mãe jogava vôlei, e meus dois irmãos mais velhos jogavam basquete. Eu os acompanhava nos treinos e naturalmente fui gostando do esporte. Saber que seria alta (minha família toda é) ajudou a fazer a opção por um esporte onde a altura “teoricamente” seria uma vantagem.

Como define sua trajetória no basquete?
Comecei a jogar basquete quando tinha nove anos, em Nova Andradina. Aos 14, em um campeonato representando Mato Grosso do Sul em Recife (PE), tive convite para jogar em Americana (SP) e fiquei dois anos. Participamos do Paulista, fomos campeões, depois fui para Maringá (PR), onde fiquei mais oito anos. Lá, ganhamos Jogos Abertos, Taça Paraná, Campeonato da Juventude. Me formei, pós-graduei e fui para Campo Grande, onde jogo pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco). Ganhamos Jogos Abertos de Campo Grande, de Mato Grosso do Sul, Brasileiros. No último, fomos campeões em Goiânia. E nos JUBs (Jogos Universitários Brasileiros) estamos há seis anos entre os quatro primeiros colocados.

Como pintou o convite para jogar o principal campeonato de basquete feminino do Brasil?
Esse convite aconteceu durante os Jogos Universitários Brasileiros, em outubro deste ano. De primeiro, achei que já não era mais o momento para mim, mas após alguns dias vi que estaria, talvez, perdendo a última oportunidade de realizar um sonho. E assim demos procedimento aos detalhes do contrato.

A família e o trabalho ficam?
Estou indo só, meu esposo ficou em Campo Grande. Irmã, cunhado e sobrinhos também, minha mãe, irmão. Difícil você se dedicar, se preparar o suficiente, se não estiver 100% focado no objetivo.

Como encara essa mudança de vida, já que deixou trabalho e família em Campo Grande?
A mudança é um grande desafio. Será um período difícil, mas que pretendo torná-lo prazeroso. Será um período com muita saudade do meu esposo, familiares e também do meu trabalho. Amo minha vida em Campo Grande e minha rotina. Mas para alcançarmos grandes conquistas, devemos agir, sonhar e acreditar a tudo dará certo e valerá a pena.

Qual sua expectativa para esse desafio?
Minha expectativa é enorme, a realização de um sonho jogar a LBF em uma grande equipe. Espero poder me preparar bem, e junto com a equipe alcançar um ótimo resultado. Chegarmos às finais e sermos campeãs.

Qual avaliação você faz do basquete máster no Brasil? E em Mato Grosso do Sul?
Participei pela primeira vez esse ano e me surpreendi com o nível forte, principalmente no 30 e no 38. Não esperava tantas jogadoras que ainda atuam no profissional e outras que até pouco tempo ainda jogavam. Até porque o que eu escutava era um clima mais de confraternização do que competição, e não foi assim. Foi ótimo.

Como levar o esporte às pessoas que já passaram dos 30 e pensam não ter mais pique para jogar?
Acima dos 30 estão jovens ainda (risos). Atividade física tem que existir em qualquer idade, fazer o que se gosta, o que faz bem deveria ser prioridade na vida. Creio que mesmo sendo um pouco “sacrificante”, pode ser muito prazeroso. O prazer está em buscar o seu melhor, na alegria de evoluir dia a dia, e estar entre amigos, que compartilham com você tanto os bons momentos como os ruins. Tem espaço para todos, e dá sim para organizar o tempo e praticar esporte. Todos podem, é só querer.

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