Bate-Bola | Da redação | 05/10/2016 16h01

Ewerton da Silva Lopes

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Atualmente trabalhando em uma concessionária de veículos, Ewerton divide seu tempo entre os afazeres profissionais e a paixão pelos campos de terra no bairro onde mora. Atualmente trabalhando em uma concessionária de veículos, Ewerton divide seu tempo entre os afazeres profissionais e a paixão pelos campos de terra no bairro onde mora. (Foto: Divulgação)

Desportista divide seu tempo entre os afazeres profissionais e a paixão pelos campos de terra no bairro onde mora, em Campo Grande.

Nascido em Campo Grande, em 3 de março de 1983, o técnico em eletrotécnica Ewerton da Silva Lopes é um dos principais incentivadores do futebol amador na região do Talismã, na Capital. Atualmente trabalhando em uma concessionária de veículos, ele divide seu tempo entre os afazeres profissionais e a paixão pelos campos de terra no bairro onde mora.

Em entrevista ao Esporte Ágil, ele fala sobre como começou seu envolvimento com o futebol amador, suas conquistas, decepções, e das dificuldades para manter uma equipe atuando nos campeonatos de várzea de Campo Grande.

“Tem bastante prejuízo, não ganha nada. Não vai pensar que você vai ganhar alguma coisa, pois não ganha. Você só gasta, briga em casa com a namorada, com a família, com todo mundo para você ir para o campo de futebol”, diz.

Como começou seu envolvimento com o futebol?
Começou ainda adolescente, participando de jogos nas escolas, na Reme (Rede Municipal de Ensino). Ali começou esse envolvimento. Certa vez meu pai me convidou para montar um time para ele levar para o campeonato que seria na Mata do Jacinto, convidei uns amigos de classe, montei uma equipe e fomos participar. Disputamos os jogos, fomos campeões com goleiro menos vazado e o artilheiro da competição. Meu pai mexia com o time e eu era só coadjuvante, auxiliava. Com o tempo, fiquei maduro, meu pai abandonou e não quis saber. Peguei e comecei a mexer. Montamos um time amador e começamos a participar no bairro. Comecei ali e não parei mais. Meu primo também entrou e estamos até hoje nessa batalha.

Qual sua maior conquista no esporte?
As principais conquistas são, sem dúvida, as amizades que fazemos nos torneios.

Quais títulos vocês já ganharam?
Já ganhamos três campeonatos de futebol society, um de futsal, campeonato de futebol de areia. Fora os vices, terceiro lugar, que tem um monte de medalhas. É pouco para o tempo que estamos na batalha, mas fazemos o que gostamos.

Quem organiza o futebol amador em Campo Grande tem algum lucro?
Tem bastante prejuízo, não ganha nada. Não vai pensar que você vai ganhar alguma coisa, pois não ganha. Você só gasta, briga em casa com a namorada, com a família, com todo mundo para você ir para o campo de futebol. Acredito que falte um pouco de incentivo por parte do Poder Público, pois o futebol tira o pessoal das drogas, da rua, mas o povo não quer saber. Governo quer saber de lucro. Se incentivasse o futebol amador, com certeza estaríamos bem melhor.

É correto relacionar a queda do futebol profissional em nosso Estado a falta de incentivo no amador?
É. A queda do futebol de Mato Grosso do Sul sofre essa influência. Falta investimento, as empresas investem no futebol de fora e esquecem do Estado. Por isso essa decadência. Falta incentivo, patrocinadores. O futebol amador, geralmente, dá um grande público nos bairros. Todo mundo se sacrificando, lavando uniforme, comprando bola, rede, trave. O pessoal faz porque gosta, mas falta incentivo.

E por que atrai tantas pessoas nos campos dos bairros?
Atrai pois o pessoal em casa, sem nada para fazer, chega na beira do campo com um tereré, uma cerveja, e fica por ali com os amigos. Isso influencia o pessoal da comunidade, que vai gostando cada vez mais dessa interação. Tem rivalidade dentro de campo, mas futebol é a amizade que prevalece. Quem comparece para acompanhar os jogos, não se arrepende.

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