Bate-Bola | Marcelo Eduardo da Silva/ Da Redação | 15/09/2008 12h32

Bate-bola: Robson Ribeiro

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Robson treina os times de voleibol do Centro Universitário de Campo Grande – Anhanguera Educacional Robson treina os times de voleibol do Centro Universitário de Campo Grande – Anhanguera Educacional (Foto: Marcelo Eduardo da Silva)

Robson Ribeiro

O campo-grandense Robson Ribeiro é coordenador de Esporte e Extensão do Centro Universitário de Campo Grande - Anhanguera Educacional. Leciona desde 1992, ano em que se formou em educação física. Hoje, com 38 anos, possui inúmeros títulos em sua carreira como técnico de voleibol de equipes do Mato Grosso do Sul.

Em entrevista concedida ao Esporte Ágil, Robson comenta sobre o voleibol em Campo Grande, comenta sua história no esporte, sua viagem a Cuba (um grande centro do voleibol mundial) e relata os benefícios que a prática esportiva traz aos alunos do Centro Universitário.

Esporte Ágil - Como iniciou sua carreira no voleibol, como jogador e, depois, como treinador?
Robson Ribeiro -
É uma história engraçada. Primeiro, fazia faculdade de telecomunicações no antigo Cesup, em Campo Grande. No terceiro semestre eu parei. Fui para Prudente (SP) trabalhar com esporte. De Prudente, fui para Araçatuba (SP). Fiz de tudo. Comecei a jogar basquete. Onde tinha bolsa para eu poder estudar e jogar eu ia. Passei jogar handebol, também por causa da bolsa.

O difícil, foi quando me chamaram para praticar ginástica olímpica. Só me machucava. Porque não entendia deste esporte. Vivia engessado.

Em 1992, me formei em educação física na Faculdade Anchieta, de Araçatuba. Daí, voltei para Campo Grande, onde comecei a dar aula no antigo Colégio Perpétuo Socorro, que ficava ali na Afonso Pena (próximo ao Círculo Militar). Atendia alunos da primeira à quarta séries.

Esporte Ágil - Como era treinar naquela época? Tem algum caso diferente que tenha ocorrido?
Robson Ribeiro -
Rapaz. Tinha uma disputa acirrada entre os colégios Dom Bosco, Auxiliadora e Perpétuo Socorro. Eram os times femininos. A gente [Perpétuo Socorro] só ficava em segundo. Sempre o Auxiliadora vencia os torneios.

Aí, o técnico do Auxiliadora era meu amigo, e disse que estava para sair do time porque iria se mudar da cidade. Tínhamos no Perpétuo Socorro, doze bolsistas que competiam. Eu chamei as doze atletas que eram do Auxiliadora para ir jogar para a gente. Elas ganharam as bolsas. Teve uma reclamação muito grande das antigas bolsistas, das mães. Mas nós passamos a ganhar os campeonatos.

Esporte Ágil - Quais os momentos mais interessantes que você passou no esporte?
Robson Ribeiro -
Tem vários. As conquistas em seqüência que eu citei. Mas, o momento mais emocionante foi quando, em 2002, fui fazer um curso em Havana (Cubá) onde conheci meu ídolo no esporte: Joel Despaigne [que brilhou no time cubano de voleibol nos anos 1990]. Foi muito bom. Ele era um dos responsáveis pelo curso.

Esporte Ágil - Hoje, como você acredita que está o esporte, principalmente o voleibol, no Mato Grosso do Sul?
Robson Ribeiro -
Se vive muito do passado. Se diz: "Ah! Porque o Operário esteve entre os melhores em 1977 e em parte da década de 1980." Mas, hoje, formamos atletas para eles irem para fora. Se alguém quer se dar bem no esporte tem que ir para fora. O MS serve como celeiro para mandar alguém para fora. E mandamos pessoas com qualidade. Vários atletas do voleibol que eu conheço, que treinaram comigo, estão jogando em Portugal, na Itália, países que tem grande tradição neste esporte. Hoje, no período de férias deles, aparecem aqui para jogar com agente. Em qualquer lugar, para eles jogarem um jogo somente, pediriam, no mínimo, uns R$ 5 mil. Com a gente não, eles ligam e me perguntam se podem jogar. É um vínculo de amizade.

Esporte Ágil - E no Centro Universitário de Campo Grande - Anhanguera Educacional, como é tratado o esporte?
Robson Ribeiro -
O foco, hoje, é ver o aluno sendo formado. O esporte é, vamos dizer assim, uma terapia. Focamos na formação do cidadão. A formação pedagógica vem em primeiro lugar e, depois, o esporte. Mas, não dá para desvinculá-los.

O esporte é visto como questão de saúde. O esporte é visto como algo que traz mídia. Todas essas características auxiliam para valorizar a instituição. Temos um apoio muito forte da nossa reitoria e direção. Tem a técnica que trabalha junto comigo que também é de extrema importância dentro dos nossos trabalhos; a Keila Simone.

No voleibol, temos cerca de cem alunos participando, treinando. Os 24 que são da equipe de competição, recebem bolsa integral. Conquistamos cinco metropolitanos, quatro estaduais e três brasileiros. Os treinamentos são de segunda a sexta-feira, das 11h30 às 13h e das 22h30 à meia-noite.

Esporte Ágil - Em qual(is) sentidos(s) o esporte, principalmente o voleibol, pode auxiliar na formação do aluno?
Robson Ribeiro -
É um fator de suma importância na vida do estudante, e na de qualquer pessoa. É importante na parte física e na parte mental. Ajuda a conviver com vitórias e derrotas que é o que ele vai encontrar na vida. Vai ajudar para que tenha discernimento para saber que perdeu hoje, mas amanhã pode ganhar e o contrário também. Ele vai captar isso e saber lidar com isso.

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