Bate-Bola | Cecília Paes/da Redação | 23/07/2012 13h25

Bate-Bola: Fabio Costa

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Fábio Costa

Fábio Costa, 31 anos, natural de Ponta Porã, é técnico na Academia Fábio Costa, que completou 5 anos no dia 10 de julho deste ano, e é também atleta de taekwondo. Ele conta sobre essa vida de técnico e competidor, além dos desafios do esporte, em Bate Bola com o Esporte Ágil.

Esporte Ágil - Como atleta, quais as suas maiores conquistas?

Fábio Costa - O último foi agora a segunda etapa do Estadual, ganhei a primeira etapa também, e fiquei em segundo lugar do Campeonato Brasileiro Interclubes, que teve esse ano em Manaus (AM). 

EA - Completando 5 anos agora, qual a maior realização da Academia?

FC - São os resultados que a gente vem obtendo ao longo dessa trajetória. Nós começamos a Academia com algumas participações em eventos, e logo de cara já conseguimos ganhar o Festival de Lutas. Daquele ano em diante ganhamos os últimos 5, somos pentacampeões. E a partir dai nós começamos a ganhar eventos a nível estadual, até porque o Festival acaba não abrangendo todo o Estado. Esse ano nós ganhamos a segunda etapa do Estadual aqui, por equipes, e também a 1ª Copa Campo Grande de Tkd. Então acho que a Academia já está forte em nível estadual. E conseguir, também, com isso, entrar no projeto Taekwondo na Escola, através da Secretaria da Educação.

EA - Em que nível o esporte no Mato Grosso do Sul está em relação aos outros estados do Brasil?

FC - Acho que a gente está numa fase ruim em relação a isso. Eu tenho participado dos eventos nacionais, e eu acabo conhecendo, com isso, equipes de outros estados, e vejo que eles estão bem a frente, estão tendo mais incentivo, mais apoio. A federação vem trabalhando mais em cima, buscando o resultado dos atletas. Aqui, infelizmente, não está acontecendo isso. A gente não tem tido estrutura nenhuma nos últimos anos. Quando a gente vai competir em um campeonato nacional, pegamos atletasque tem uma equipe multidisciplinar, ou seja, adversários que tem técnico, preparador físico, fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista. Aqui a gente tem que se virar. Então não posso dizer que a gente está numa fase boa.

EA -  Então você acha que o governo, a fundesporte, o poder público, precisam trabalhar mais pra cumprir as necessidades?

FC - Eu acho que a culpa não é da Fundesporte também. Na minha opinião, o problema é mais a Federação mesmo correr atrás, porque eu não posso exigir de um orgão em que não chega nada. As coisas tem que chegar. Se eles estivessem negando, tudo bem, mas não é isso que eu vejo acontecer. 

EA - Você acha que os empresários se interessam em investir no taekwondo? Se não, o que falta pra que isso acontece? 

FC - Acho que falta um trabalho grande ainda por trás disso para incentivar os empresários. Aqui no Estado, o que a gente busca de patrocinio, é ir atrás de um, dizer que está indo pra um campeonato, e de repente até consegue, depois de alguns "não". E o máximo que você consegue de patrocionio aqui é, por exemplo, o dinheiro da passagem. As vezes ele pode até te custear, mas é para um evento só. Então você já fez com que o atleta se desgastasse atrás de patrocinio, ao invés deestar focado em treinamentos, que é o que vai trazer os resultados. Com isso, eu acho que o foco está errado, a gente temque fazer um trabalho pra conseguir esse dinheiro através de Federação, e daí incentivar os atletas. A questão dos empresários eu não posso dizer ainda, se eles estão aberto ou não, porque ainda não foi feito nada pra que isso desse certo.

EA - E a imprensa esportiva no Estado cumpre bem o seu papel?

FC - Teve um ano, por exemplo, que a gente foi com 13 atletas para o Brasil Open, que é o maior evento aberto no país, e conseguimos 16 medalhas. Quando eu trouxe os resultados, nós tentamos em uma emissora, e eles falaram que não iriam cobrir, porque ia começar a rodada do Campeonato Estadual de futebol. Ou seja, não era nem final. Acho que falta um pouco ainda, também. Poucos veículos dão espaço para isso. Quando eu vejo em outras emissoras, o que elescobrem é o esporte nacional. Acho que deveriam valorizar um pouco mais o esporte estadual, o nosso trabalho, as coisas fortes que a gente vem fazendo. É muito difícil a gente conseguir divulgar. Quando eu mando pautas importantes, por exemplo, mando pra diversos lugares, e vejo saindo é no Esporte Ágil mesmo.

EA - Qual o segredo dos resultados positivos que a Academia Fábio Costa vem alcançando?

FC - A gente vem trabalhando sério. Por exemplo, esse ano nós começamos o trabalho em janeiro. Com correção de movimentos e coisas assim, pra entrar na segunda e terceira etapa de treinamento, focando realmente esses Campeonatos. Eu tenho uma série de iniciantes, do faixa branca ao faixa preta, então o resultado está vindo dos dois lados. Acho que é por isso. Não é tão fácil, você realmente tem que trabalhar, ir atrás. E trabalhar com periodização. Se você só dá aula por dar, talvezo resultado não seja tão bom.

EA - E pra você, hoje, quais são os atletas que podem ser destacados?

FC - Os maiores destaques hoje, na academia, que são, no caso, os faixas pretas, por incentivar esse lado, são o Yann Zurutuza, que tem vencido varios eventos a nivel estadual e nos nacionais tem pego medalhas, infelizmente não tem conseguido chegar ao primeiro lugar, mas acho que devido também a estrutura que nós temos aqui, mas tem condições e muito potencial. No mesmo nível, tem o Guilherme Carra, que também é muito forte na equipe, já foi até vice-campeão da Copa do Brasil, categoria adulto, com 16 anos de idade. Eu venho como atleta também. E chegando agora tem o Vitor Moreira e a Jaqueline Celestino.

EA - Quais os objetivos que ainda faltam ser cumpridos para 2012?

FC - Pretendo colocar pelo menos dois atletas na seletiva fechada que tem no final do ano. Porque todos esses eventos nacionais valem esse rankiamento. Se eles pontuam em primeiro ou segundo lugar, eles entram na seletiva fechada. Então a intenção é essa. Isso pra eles disputarem com os representantes da seleção brasileira, e, ganhando, "pegar" o lugar na seleção. Também pretendo que a nossa equipe continue se sobressaindo nos eventos estaduais.


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