Bate-Bola | Da redação | 05/05/2009 11h12

Bate-bola: Edésio Ribeiro Filho

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Edésio fundou em março deste ano a Federação de Boxe Olímpico de MS. Edésio fundou em março deste ano a Federação de Boxe Olímpico de MS. (Foto: Foto: Jeozadaque Garcia)

Edésio Ribeiro

O campo-grandense Edésio Ribeiro Filho, de 40 anos, começou no boxe há 24 anos, na Academia Explendor.

Por quatro anos, foi vice-presidente da Federação de Boxe de Mato Grosso do Sul. Por divergências com a presidência de entidade, pediu sua desfiliação e fundou a Federação de Boxe Olímpico de Mato Grosso do Sul.

É também professor de boxe na Academia Bombardeiro, no bairro Universitário, conhecida por promover noitadas de lutas em Campo Grande.

Esporte Ágil - Como e quando você iniciou no boxe?
Edésio Ribeiro - Iniciei em 1985 com o Professor Bento, na Academia Explendor. Isso foi um colega que nos trouxe para o boxe e estamos até hoje.

Esporte Ágil - O que te levou a criar a Federação de Boxe Olímpico?
Edésio Ribeiro - Há 23 anos atrás, quando nós iniciamos no boxe, tínhamos um sonho. Qual era esse sonho? Galgar degraus dentro do boxe amador, que agora é olímpico e no profissional. Este é o sonho de todo atleta.Ser campeão Brasileiro, Mundial ou ter um título internacional. Nesses 23 anos, o Estado não fez nenhum. E a gente trabalha para formar campeões. Esta é nossa meta. Fundamos a Federação para abrir esse caminho pra moçada.

Esporte Ágil - Quais as diferenças técnicas entre o boxe olímpico e o boxe profissional?
Edésio Ribeiro - O boxe olímpico é regido por regras da Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) juntamente com a CBBoxe (Confederação Brasileira de Boxe). E esta regra é de pontuação. No boxe profissional é julgado ataque, defesa e eficiência. Retira-se o capacete, a camiseta e faz a luta. A luta é de três minutos cada round por um de descanso. Vai de quatro, seis, oito, dez e doze.

Esporte Ágil - Um lutador que é da Federação de Boxe vai poder atuar em competições da Federação de Boxe Olímpico e vice-versa?
Edésio Ribeiro - Então, é assim. Hoje, dentro do Estado, existem duas federações. As duas têm o mesmo segmento, fazem o mesmo trabalho. Só que assim, eu sou da Federação de Boxe Olímpico do Estado de Mato Grosso do Sul. Eu trabalho com boxe olímpico, que é regido hoje pela CBBoxe. Ainda não estou filiado a ela, mas a gente já está correndo atrás disso. A Federação de Boxe também trabalha com boxe, mas o estatuto reza o que? Boxe profissional, formal e amador. Eu creio que seja isso. Mas não há empecilho. Eu, na qualidade de presidente, estou buscando o crescimento do esporte. Então eu viso o atleta. Pra mim, não há inconveniente nenhum do atleta que é filiado na outra Federação participar com a gente. Isso é bom pro atleta e o esporte só tem a crescer.

Esporte Ágil - O presidente da outra Federação prometeu que vai entrar na justiça para barrar a Federação de Boxe Olímpico. Você está preocupado com isso?
Edésio Ribeiro - Não estou preocupado. A Lei Pelé é bem clara. A gente não é criança. Estou no boxe há quase 25 anos. Todos os projetos de boxe dentro do Estado eu estive a frente. Eu fui o primeiro a montar um ringue profissional. Eu fui o primeiro a ter projetos de boxe de rua. Eu fui o primeiro a ter material olímpico. A Federação em si trabalhou os últimos quatro anos passados com a gente. Eu coloquei o Marcelo Nunes lá pra fazer um trabalho. Então, ele tem todo direito de buscar. Mas é o seguinte: se ele tem direitos, eu também tenho. Só que ele não tem direito de atrapalhar o esporte, o boxe.

Esporte Ágil - Existem chances destas duas federações trabalharem juntas futuramente?
Edésio Ribeiro - Rapaz, eu fundei essa federação pra gente trabalhar. Eu não tenho intuito de prejudicar ninguém, nem de boicotar evento. Se existe problema, existe de diretoria, presidente com presidente. O atleta não tem nada a ver com briga. Ele está aqui para lutar. Já procurei o presidente [Marcelo Nunes] mais de uma, duas, três vezes. Eu não sei o que é que ele tem medo de conversar e se acertar. Porque ele está alegando o seguinte: que ele é a única Federação que tem registro na CBBoxe. A CBBoxe, ela pode ou não me aceitar. Como eu posso pedir ou não filiação a ela. É assim: se eu quiser, eu me filio a CBBoxe, mas se ela quiser, ela não me aceita. É um direito dos dois lados. Eu ainda não os procurei. Se eles não me aceitarem, existe Conselho Nacional. Estou filiado a Liga Paulista de Boxe Profissional, que é comissão membro da Associação Mundial de Boxe. Então não tem nada que impeça o evento ou que venha a atrapalhar.

Esporte Ágil - E quais os eventos que a Federação já tem planejado?
Edésio Ribeiro - Então, você veja bem. Eu fui vice-presidente da Federação de Boxe praticamente por quatro anos. Eu pedi afastamento em 2005 e ele só veio publicar meu afastamento dia 30 de dezembro de 2008. Já que haveria uma eleição e tinha uma chapa que eu estava apoiando que eu seria presidente. Então, até o dia 30 de dezembro de 2008 eu era vice-presidente dele no papel, não atuante. Então, nós fundamos essa federação em março de 2009. Em maio, nós já estamos fazendo o primeiro evento, juntamente com a Escola de Boxe Bombardeiro, onde eu sou treinador. O primeiro evento nosso é lançar o Luiz Cláudio a profissional, independente de apoio, de fechar, de justiça, nós vamos fazer. Nós vamos estar todos cobertos e alinhados como tem que fazer. Um evento hoje, por exemplo, qualquer pessoa pode fazer, desde que esteja dentro do que é pedido, de documentação, de normas técnicas dos Bombeiros, da Polícia. Então a gente está todo coberto e alinhado. A nossa preocupação agora é o que: Luiz Claudio profissional. Em junho haverá mais duas lutas pra ele, que a gente quer trazer aqui para o Estado. Em junho, já está acertado pra ele um título Brasileiro, pela Liga Paulista de Boxe. Então, é a primeira vez que um atleta do Estado disputa um título Brasileiro. Então, a importância desse título é muito grande para o Estado e para o boxe, independente da federação. É o boxe que eu estou visando. Então, se ele for campeão, tanto eu, quanto ele, que ele tem participação também, como presidente da outra Federação, pois nós éramos filiados lá. Então, o que aconteceu foi divergência e não houve briga. É um caminho que tem que trabalhar. Eu cresço de um lado, ele cresce do outro, e o esporte também cresce.

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