Bate-Bola | Da redação | 03/08/2009 11h19

Bate-bola: Aldo Aguilera

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Federação conta hoje com 11 clubes filiados: seis na Capital e cinco no Interior Federação conta hoje com 11 clubes filiados: seis na Capital e cinco no Interior (Foto: Foto: Jeozadaque Garcia/Esporte Ágil)

Aldo Aguilera

Douradense de nascimento, mas campo-grandense desde 1987, Aldo Aguilera, de 42 anos, assumiu a presidência da Federação MS de Ciclismo após a tumultuada eleição que aconteceu no mês de maio.

Ele, que foi um dos fundadores da Associação Campograndense de Ciclismo, conta no Bate-bola como se interessou pela modalidade e fala dos planos da Federação, que inclui organizar um campeonato no ano que vem que abrangerá todas as cidades de Mato Grosso do Sul que tem clubes filiados a Federação.

Esporte Ágil - Como começou seu interesse pelo ciclismo?
Aldo Aguilera - Eu tenho 10 anos de ciclismo e o descobri vendo uma corrida. Achei muito bonito. Aí comecei pedalar com a mountain bike. Depois troquei por uma speed. Comecei conhecer o pessoal e participar. Quando vi, já estava competindo.

Esporte Ágil - E você ganhava muitos títulos?
Aldo Aguilera - Não fui muito de vitória. Participei bastante. Já corri provas em São Paulo, no interior. Mas fui vice-campeão Estadual em 2003. Ganhei a prova de contrarrelógio, fui terceiro na prova de resistência e fui segundo na prova de circuito.

Esporte Ágil - E como você chegou à presidência da Federação MS de Ciclismo? O que aconteceu durante a última eleição?
Aldo Aguilera - Bom, quando eu entrei no ciclismo, eu entrei como participante e me apaixonei pelo esporte. Eu tenho um pouco de administração, essa coisa de estar sempre a frente. Logo depois surgiu uma oportunidade de fundar uma associação, que foi a Associação Campo-grandense de Ciclismo, onde fiquei oito anos como presidente. Aí surgiu a idéia de assumirmos a Federação. No começo eu não gostei muito de idéia, pois sabia da responsabilidade que seria. Aí surgiram algumas divergências entre as associações, entre o antigo presidente, eleições tumultuadas, e o pessoal começou a cogitar meu nome para ser presidente. Nosso nome foi bem visto perante as associações. Fizemos um acordo com elas no intuito de todos trabalharem juntos, unidos, pois sozinho ninguém consegue fazer nada. E, há dois meses, estamos à frente da Federação.

Esporte Ágil - O número de praticantes da modalidade em Mato Grosso do Sul cresceu muito nos últimos anos. A que você atribui este crescimento e de que forma a Federação contribuiu para isso?
Aldo Aguilera - Eu acho que o ciclismo no geral cresceu pelas transmissões da Rede Globo, que começou transmitir Copa América, Prova 9 de Julho. Então, o ciclismo começou ficar mais apaixonante, o pessoal começa entender mais a modalidade. Falando do nosso Estado, começou vir mais provas de nível nacional pra cá. O antigo presidente trouxe várias provas. Começa a vir ciclistas de renome competir aqui. Isso incentiva muito o ciclismo dentro do Estado. Com isso, houve realmente um aumento do número de praticantes, de associações, e o que estamos tentando agora é aumentar cada vez mais este número.

Esporte Ágil - Quais os atletas que se destacam na modalidade hoje no Estado e como a Federação os apoia?
Aldo Aguilera - Temos atletas que competem fora, em São Paulo. Tem atletas de Dourados, Rio Brilhante, de Campo Grande... São filiados na Federação Paulista. Hoje, no Mato Grosso do Sul, temos vários atletas de potencial para competir com os atletas de fora. A única diferença, é que o ciclismo de fora, São Paulo, Rio, Minas, está mais profissional. O atleta tem um salário e ele vive só para o ciclismo. Seu trabalho é o ciclismo. Aqui nós temos atletas que tem condições de competir de igual pra igual lá fora, o único problema é que aqui não é profissional. O atleta tem que trabalhar o dia inteiro e a noite treinam uma hora ou uma hora e meia. Nos finais de semana vão para a estrada e competem com o pessoal de fora. Pra você ter uma idéia, na última corrida que fizemos agora, veio o pessoal de fora, eles treinam uma média de seis horas por dia, tem alimentação diferenciada, tem nutricionista, massagista. O nível é diferente, mas a capacidade dos nossos atletas não deixa a desejar.

Esporte Ágil - O que a Federação faz para mudar esse quadro?
Aldo Aguilera - Nós estamos sem verbas municipais e estaduais. Estamos só com a iniciativa privada. Estamos trazendo provas de fora que já estavam no calendário da Federação, pois nós assumimos há dois meses e pegamos do meio do ano pra frente. Então estas provas estamos realizando todas, inclusive as de nível nacional. Pro ano que vem, temos a intenção de formar uma seleção estadual para poder competir fora e participar de Brasileiro, tudo. Os atletas daqui que estão se destacando hoje, na categoria Elite nós temos o Cleomedes Vanelli, Josué Lopes, Leandro Carvalho, Jeferson Vital, vários atletas que não consigo lembrar o nome. Inclusive nesta prova de nível nacional nós fizemos o terceiro, sexto, nono e décimo. Colocamos quatro atletas do Estado entre os 10 primeiros em uma prova de nível nacional.

Esporte Ágil - Na Capital, há muitas provas de nível nacional. E no interior, como está o ciclismo?
Aldo Aguilera - Essa é uma reivindicação muito grande da associação de Dourados. Eles reclamam que as provas centralizam muito em Campo Grande, mas hoje a maioria dos atletas está na Capital. A grande dificuldade hoje é a locomoção dos atletas para correrem no interior. Mas nós temos um projeto para o ano que vem, realizar um campeonato a nível de Estado que teria uma prova em cada cidade que tenha associação. Como Dourados, Ponta Porã, Anastácio, Nova Andradina... Então, nós faríamos uma etapa em cada cidade.

Esporte Ágil - Quantos clubes e atletas são filiados hoje à Federação? De onde eles são?
Aldo Aguilera - Hoje nós temos 11 clubes filiados no Estado. São seis de Campo Grande e cinco no interior: Anastácio, Coxim, Dourados, Ponta Porã e Nova Andradina. Atletas filiados nós temos de várias cidades, inclusive cidades que não tem clube, como Sete Quedas e Amambai. Nossa intenção é incentivar essas cidades que tem ciclistas a abrirem um clube, para fortalecer o ciclismo no Estado. O patrocínio no interior é mais fácil, pois o acesso do presidente de um clube ao prefeito é mais fácil. Por exemplo, eu como presidente da Federação, é muito difícil eu conseguir uma agenda com o prefeito. Um exemplo do interior é a cidade de Jardim. O presidente e o vice tem um acesso muito grande na prefeitura. É um dos clubes mais organizados do Estado hoje.

Esporte Ágil - O gasto com uma bicicleta de competição é muito alto? Quem quiser praticar o ciclismo profissionalmente o que deve fazer?
Aldo Aguilera - O gasto não diverge de outras modalidades. Hoje nós temos a categoria Iniciante. O ciclista que está começando pode ficar dois anos nesta categoria. Por quê? Porque ele começa com equipamento inferior, ele começa sem técnica, sem aprendizado, esses dois anos é pra ele aprender. Se com um ano ele se destacar na categoria e tiver condições de subir de categoria, vai do nível técnico dele. As categorias hoje são divididas por idade. Começa na Infanto-juvenil (14 e 15 anos), Juvenil (16 e 17 anos) e a Júnior, que é de 17 e 18 anos. Aí o ciclista vai para a categoria Elite. Chegando aos 30 anos, ele já tem direito de ir para a categoria Master A, que é de 30 à 39. Mas se ele tiver índice e quiser continuar na Elite, ele pode. De 40 à 49 é a Master B, de 50 à 59 Master C e de 60 pra cima ainda tem a categoria Veteranos, que inclusive temos um atleta no nosso Estado, de Jardim, que compete nesta categoria.

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