Terça-feira, 15 de julho de 2025, 22:48

Weverton cria academia em Deodápolis e projeta futuro com projeto social para jovens

da redação - 15 de jul de 2025 às 14:22 41 Views 0 Comentários
Weverton cria academia em Deodápolis e projeta futuro com projeto social para jovens Da Redação

A trajetória de Weverton da Silva Souza, 31 anos, à frente da SOUL FIGHTERS em Deodápolis, começou com o incentivo do irmão e o sonho antigo de ter o próprio espaço para ensinar artes marciais. Grau preto de Muay Thai e faixa preta de jiu-jitsu, ele viu sua relação com os esportes se transformar em uma missão de vida. “Sempre sonhei em ter a minha própria academia”, afirma.

O início do trabalho no município aconteceu de forma despretensiosa. Seu professor, Pedro Soares, o “Pedrex”, líder da equipe SOUL FIGHTERS de Dourados, começou a trabalhar na cidade. “Essas duas vezes nós treinava aqui eu e ele, e foi indo assim. O povo começou a ver, perguntar e abrir turma, e hoje consegui construir o meu próprio espaço”, relembra.

Natural de Dourados, mas criado em Deodápolis, Weverton começou a treinar por volta de 2013. Hoje, com sua academia consolidada, dedica-se ao ensino do Muay Thai e do jiu-jitsu com o objetivo de formar não apenas atletas, mas cidadãos conscientes. Para ele, a principal lição das artes marciais vai além da técnica. “No tatame todos somos iguais, não importa se um é médico ou o outro é vendedor de sorvete... isso fica fora do tatame. Lá dentro somos todos iguais”, resume.

Na academia, os treinos acontecem todos os dias, com horários divididos para atender desde iniciantes até atletas mais experientes. “Todos treinamos juntos. Exceto alguém que queira lutar, aí eu faço um treino mais voltado pra luta”, explica. A rotina é puxada, mas Weverton reforça o papel das artes marciais em sua formação pessoal e profissional. “A vida de um atleta não é fácil, é trabalho, treinos... como professor também é difícil, muita responsabilidade. Mas quando você faz algo que ama, tudo vale a pena”, diz.

A aceitação do público de Deodápolis foi positiva, facilitada pelo fato de seu irmão já ter tido uma academia na cidade. A familiaridade da população com a figura dos irmãos Silva contribuiu para a construção da confiança. Ainda assim, ele reconhece que os esportes de combate enfrentam preconceitos. “O povo pensa que eles vão lá pra apanhar. Falam: ‘vou pagar pra apanhar?’. É engraçado, mas é a verdade. Até explicar e convencer dá trabalho”, admite.

Apesar dos desafios, Weverton vê sua trajetória refletida nos alunos e em histórias que conheceu ao longo do caminho. Uma das experiências mais marcantes ocorreu em Garça, interior de São Paulo, quando participou do projeto social Wester Jiu-Jitsu. Convidado pelo professor Ricardo Wester, ele viveu com outros atletas em uma casa mantida pela equipe, onde tinham moradia, alimentação e apoio para participar de campeonatos. “Eles bancavam até a faculdade de um aluno, que hoje tem o próprio negócio. É algo gratificante de se ver”, lembra. Outro que o apoiou foi Marco Cirilo.

Essa vivência reforçou seu desejo de criar um projeto semelhante em Deodápolis. “Ainda não tenho um projeto em andamento, mas tenho em mente já há algum tempo. No tempo de Deus quero realizar um projeto pra crianças e adolescentes, pra tirar essa juventude das ruas, bebidas, drogas. Esse é meu sonho”, afirma.

Enquanto isso, a SOUL FIGHTERS segue como espaço de acolhimento, disciplina e superação. Weverton já coleciona títulos estaduais em Muay Thai, kickboxing e jiu-jitsu, e continua formando atletas na cidade. Ele reconhece que manter uma academia em um município do interior exige persistência, mas acredita na transformação proporcionada pelo esporte.

Ao olhar para o futuro, ele mantém os pés no chão e o foco no impacto social. “Assim como me ajudaram, eu quero também ajudar”, conclui.

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