Campo Grande (MS) - A vitória do Internacional de Porto Alegre sobre o América Mineiro no Morenão foi marcada pela torcida. Vários órgãos da imprensa esportiva noticiaram que o Inter jogou "em casa".
Dos aproximadamente 4.500 torcedores presentes, pode-se dizer que 95% era torcedor do Inter. Havia torcida do América, entitulada Coelhos do Pantanal, de no máximo quinze torcedores. Um grupo de gremistas também esteve presente no estádio para tentar secar o rival.
Mas a maioria mandava. A torcida deu show. A cada tentativa de provocação por parte dos poucos gremistas, como quando gritaram Mazembe após os dois gols do América, os colorados entoavam o coro "ão ão ão, segunda divisão" , referindo-se ao fato de o Grêmio já ter sido rebaixado para a Série B do Brasileiro e o Inter nunca ter caído para a segunda divisão.
Um carinho especial e particular com alguns jogadores e com o técnico também foi demonstrado. Pelo menos três vezes a torcida puxava "Falcão, Falcão", homenageando o ídolo.
Oscar, Zé Roberto e Cavenaghi ao serem substituídos também tiveram seus nomes gritados e muitos aplausos. Até o zagueiro Índio, reserva, porém figurinha famosa da equipe, quando foi para o aquecimento e passou pela torcida foi homenageado. O lateral Nei, muitas vezes criticados pelos próprios torcedores, após sofrer pênalti claro não marcado pelo juiz virou herói: toda bola que Nei roubava era motivo de aplausos e gritos.
Rafael Costa Nunes, 14 e seu irmão Felipe, 9, são corumbaenses e moram na Capital. Os dois assistiram ao time do coração pela primeira vez.
" É uma felicidade imensa, nunca tivemos a oportunidade de ver o Inter jogar. O D´Alessandro é o nosso astro, a maior esperança " , disse antes do jogo. E acertou, o argentino fez o segundo gol do Inter.
Amado por um odiado por outros
O camisa dez do colorado não agradou Lourenço Garcia, 7, torcedor do Inter. O garoto foi ao hotel em que a equipe estava hospedada antes do jogo para que os atletas autografassem sua camisa. Lourenço contou que todos assinaram, menos Nei que estava atrasado, Cavenaghi que só chegou depois e D´Alessandro.
"O D´Alessandro me ignorou eu ficava chamando, ô D´Alessandro, D´Alessandro e ele passou reto".
Lourenço disse que torce pelo Inter por influência do pai, que é fanático.
"A família inteira da minha mãe é Grêmio e a família inteira do meu pai é Inter, como minha mãe não gosta muito de futebol, desde cedo resolvi torcer para o Inter", conta.