São Paulo (SP) - Foram apenas dois confrontos de Copa Davis, três partidas realizadas, com uma vitória e duas derrotas. Agora, aos 20 anos, Thomaz Bellucci é o principal jogador brasileiro para enfrentar a Croácia, na repescagem da Copa Davis, neste fim de semana, fora de casa. Número 1 do país, na 78ª posição do ranking, ele não terá a companhia de Marcos Daniel (79º), até então mais experiente, e será o principal responsável por tentar dois dos três pontos necessários para o Brasil voltar à elite mundial.

Apesar da posição de responsabilidade de Bellucci, tanto o tenista paulista quanto a comissão técnica negam haver pressão sobre o jogador, que estreou de surpresa contra a Áustria, em 2007, devido a lesão de Flávio Saretta e teste antidoping positivo de Marcelo Mello. Este ano, conquistou sua primeira vitória na competição entre países, contra a Colômbia.

"Não vejo que haja essa pressão sobre mim. Chegamos como zebra, mas temos de ganhar", analisou Bellucci, ao UOL Esporte. Ele foi campeão de quatro challengers neste ano, torneios que impulsionaram sua ascensão na lista da ATP. "Temos de fazer um jogo solto, principalmente com a torcida contra. Além disso, temos uma dupla muito entrosada", completou, referindo-se a Marcelo Melo e André Sá, 23 º e 28º do ranking, respectivamente.

O segundo responsável pelo jogo de simples deve ser Thiago Alves (127º), que estréia na Copa Davis, aos 26 anos. Já Melo vai apenas ao seu segundo confronto. Para Francisco Costa, capitão brasileiro, os convocados estão prontos para vencer e há pouco a fazer até os jogos.

"Confiamos nos treinadores dos jogadores, sabemos que eles estão fazendo bom trabalho. E eu não o vejo (Bellucci) com uma responsabilidade maior que a dos outros", explicou ele. "Cada uma das partidas vai ser bem complicada. O negócio é tentar chegar lá fisicamente, taticamente e tecnicamente bem. Jogar bem já vai ser bom."

Bellucci quer aproveitar o fato de conhecer os rivais do circuito profissional. Contra Ivo Karlovic (14º), de 2,08 m de altura, o brasileiro foi derrotado no Masters Series de Cincinatti, em julho. Caso enfrente o croata, que além de tudo jogará no piso duro, sua especialidade, o tenista apostará na concentração. "Já sabemos como eles jogam, o Karlovic saca muito bem, então você tem de estar ligado, porque raramente ele tem o serviço quebrado. Qualquer bobeada e você perde o set", alerta.

Na preparação, o Brasil treinou em quadras parecidas com as que encontrarão na Croácia, mas uma das maiores preocupações é com o descanso, para as partidas de cinco sets. "Em uma semana não há muito o que ganhar", completou o paulista da cidade de Tietê. O sorteio dos duelos acontece na quinta-feira.