Hiroshima (Japão) - Demorou 36 anos, mas finalmente o Brasil voltou a vencer os Estados Unidos em um Campeonato Mundial. Na madrugada deste sábado, o time comandado por Bernardinho bateu os norte-americanos por 3 sets a 0, parciais de 25/19, 25/18 e 25/23 e segue na cola da Bulgária em busca de um lugar na semifinal pelo grupo F.
Destaque para Giba, que continua como um dos melhores atletas do Brasil na disputa. Com uma atuação inspirada, ele conseguiu um excelente aproveitamento nas viradas de bola, somando um total de 23 pontos. O próximo desafio dos campeões olímpicos será na madrugada deste domingo, contra os gigantes da República Tcheca, novamente às 2 horas da manhã (de Brasília).
Apesar da supremacia nos confrontos diretos (69 a 52), a seleção brasileira não havia perdido cinco dos seis jogos entre as equipes em Mundiais. Até na disputa do Mundial de 2002, quando a equipe foi campeã, o \'carimbo\' na faixa ficou justamente por conta dos norte-americanos, que com uma vitória em quatro jogos se complicaram na busca por uma medalha, já que possuem apenas uma vitória em quatro jogos.
Outro ponto positivo que o Brasil apresentou nesta estréia da segunda fase foi o sistema defensivo. Salvo raros momentos, os Estados Unidos simplesmente não conseguiram botar a bola diretamente no chão, sem que ela tocasse em um jogador nacional. Mostrando muita garra, Serginho procurou ir atrás de todas as bolas, mesmo que não obtivesse sucesso.
Assim como ocorreu no jogo contra a Alemanha, os brasileiros entraram em quadra inspirados, mostrando a garra necessária para não ficarem em situação complicada na disputa. Forçando bastante o saque, o Brasil dificultou o trabalho de Donald Suxho, levantador norte-americano, que não conseguia fugir do bloqueio nacional. Resultado: após um pequeno equilíbrio no começo, o time de Bernardinho abriu uma vantagem de quatro pontos que só aumentou, até fechar o placar em 25/19 em um ataque de Giba.
Diante da situação desfavorável, os Estados Unidos foi obrigado a forçar ainda mais o saque na segunda etapa. Isso de nada, no entanto, adiantou: muito concentrado em quadra, o levantador Ricardinho deixava os ponteiros à vontade para fazerem o que quisessem. Desta forma, Giba, André Nascimento e Dante se ocuparam em arrasar a defesa rival, abrindo novamente boa vantagem já desde o início do set.
Apesar da facilidade do jogo, o técnico Bernardinho não se mostrava muito tranquilo em quadra. Alertado pela derrota diante da França, ele distribuia broncas para equipe cada vez que as coisas não saiam perfeitas. O 11º ponto dos norte-americanos, obido em um erro de contra-ataque dos campeões olímpicos, foi um exemplo disso. Porém, lances como o ace de André Nascimento no 21º acerto do Brasil, mostravam quem realmente estava no comando do jogo.
E, aproveitando-se do bloqueio norte-americano, o Brasil fechou a segunda etapa em 25/18. Mais atentos, os Estados Unidos igualaram um pouco o duelo na última etapa, mas não conseguiram reagir a ponto de evitar mais uma vitória dos atuais campeões mundiais na competição.
Precisando da vitória, os norte-americanos começaram bem a terceira etapa e logo abriram vantagem de 4 a 2. Atento, o Brasil não deixou que os rivais escapassem no placar e, após empatar a etapa, ficou trocando pontos até o 11 a 10, quando em um rápida jogada de meio, Gustavo colocou o país pela primeira vez à frente do placar no set. Aí, o time deslanchou e foi para o tempo técnico com 16 a 12.
O que parecia fácil, porém, quase se complicou. Com uma bela sequência de saques, os norte-americanos voltaram ao jogo e as duas equipes entraram na reta final novamente empatadas. Foi aí que o bloqueio verde-amarelo brilhou. Por três vezes seguidas no mesmo lance, o paredão nacional impediu o ataque norte-americano e fez 21 a 20, em lance que empolgou o público que estava no ginásio de Hiroshima. Apesar disso, os Estados Unidos não se entregaram a chegaram a salvar match-point. Porém,, André Nascimento fechou o terceiro set em 25/23.