Ao contrário de modalidades como o futebol ou o vôlei masculino, a rivalidade entre Brasil e Argentina no vôlei feminino não é muito grande. Isso se deve principalmente ao fato de a equipe nacional ser tradicionalmente superior ao time argentino. Na última vez que os times se enfrentaram, por exemplo, durante o Classificatório para o Mundial 2006, vitória fácil do grupo comandado por José Roberto Guimarães: 3 a 0, parciais de 25/10, 25/20 e 25/22. Agora, as equipes voltam a se enfrentar nesta quarta-feira, às 22 horas (Brasília), em partida válida pelo Sul-americano feminino.
"Não é que não tenha rivalidade. É que, teoricamente, o Brasil sempre teve times mais fortes. Mas basta a gente ver aquela camisa Argentina do outro lado que não tem jeito. Vai mais pela velha rivalidade existente no esporte e entre os países", declara a líbero Fabi, que elege o Peru como o time mais difícil deste Sul-americano marcado por vitórias tranquilas do Brasil.
Devido ao fato de não ter se classificado para o Mundial do ano que vem, no Japão, vagas que acabaram ficando com as brasileiras e as peruanas, a Argenina levou para a competição em La Paz uma equipe bem mais jovem do que aquela que disputou o torneio em Cabo Frio. Mas, segundo as jogadoras do Brasil, isso não vai afetar a maneira como a equipe nacional vai atuar. "De qualquer maneira, temos que entrar para ganhar. E esta responsabilidade é toda nossa. A equipe tem conseguido manter um bom padrão, mesmo contra equipes com qualidade técnica inferior", afirma Fabi.
Apesar de tudo estar a favor do Brasil, Zé Roberto pede cautela à torcida. "Contra as argentinas e peruanas, o jogo será mais pesado. Teremos que tomar mais cuidado, pois são as duas únicas equipes, além da gente, que não perderam na competição", ponderou o treinador.
Por outro lado, a superioridade nacional também é evidente no retrospecto do torneio: enquanto o Brasil tem 13 títulos e 12 vices nas 25 edições do Sul-Americano (só não disputou a de 1964), a Argentina possui 11 terceiros lugares e apenas três vice-campeonatos, justamente nas três últimas edições (1999, 2001 e 2003).