Modena (Itália) - Ao que parece, a passagem do levantador Ricardinho pela seleção brasileira chegou mesmo ao fim. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo , a mulher do jogador, Fabiane, afirmou que seu marido não jogará mais com a camisa verde amarela e tirará a cidadania italiana, país no qual defende o Sysley Treviso. No entanto, embora isto abra especulações de que o atleta possa defender a equipe européia, ela não confirma tal hipótese.

"Ele (Ricardinho) não jogará mais pela seleção brasileira", afirmou Fabiane. \'Ricardinho conseguirá a cidadania italiana, mas daí a jogar na seleção da Itália é outro passo, mesmo porque são dois anos de carência sem defender o Brasil", explicou.

De acordo com as regras da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) quanto à dupla cidadania, um jogador precisa se afastar por pelo menos dois anos da seleção de seu país para poder vestir a camisa de outra. Ricardinho está fora da equipe verde amarela desde julho deste ano, quando foi cortado às vésperas dos Jogos Pan-americanos após se desentender com o técnico Bernardinho.

Depois das rusgas, o treinador tentou reintegrar o atleta ao grupo incluindo-o na relação dos jogadores para a Copa do Mundo do último mês de novembro, no Japão, onde o Brasil acabou levando o título e a vaga para as Olimpíadas de 2008, em Pequim. No entanto, Ricardinho não atendeu à convocação.

Após a Copa do Mundo, o melhor jogador da competição, o atacante Giba, chegou a pedir para que o ex-colega de seleção conversasse com o restante do grupo, mas Ricardinho mais uma vez permaneceu em silêncio.

Considerado um dos maiores jogadores de vôlei do mundo, Ricardinho revolucionou o esporte inventando jogadas de passe em velocidade aos atacantes. Eleito o melhor jogador da Liga Mundial deste ano, o levantador deixou a seleção brasileira magoado, dizendo que a chamada "família Bernardinho" não existia mais.