O professor Breno Vidal Silva Nunes, o Carioca, responsável pela academia Checkmat em Campo Grande, iniciou sua trajetória no jiu-jitsu em 2003, em Valença (RJ). O objetivo inicial era perder peso e aprender a se defender. "Nessa época, se você não soubesse se defender, a adolescência era sofrida", relembra.
A transição de atleta para professor trouxe desafios. Para ele, a competição sempre foi uma fonte de motivação, mas a luta para viver do jiu-jitsu exigiu resiliência. "Houve mês que não recebi nem R$ 400,00. Só o amor por algo pode fazer você prosseguir", afirma.
Ao longo da carreira como competidor, Carioca acumulou conquistas significativas. Ele destaca a vitória no Indoor Black Belt 5, torneio exclusivo para faixas-pretas, onde venceu quatro lutas contra adversários de alto nível. Outro momento marcante foi no desafio de seleções RJ x MS, no qual sua luta foi decisiva para a primeira e única vitória do Mato Grosso do Sul. "A galera do nosso estado vibrou demais na ocasião e será inesquecível", recorda.
A evolução do jiu-jitsu no Brasil é vista com otimismo pelo professor. Ele observa que o crescimento da modalidade trouxe academias mais profissionalizadas. Dentro da Checkmat, o foco não está apenas na parte técnica, mas também no bem-estar dos alunos. "A primeira coisa que quero é que cada aluno saia mais feliz da academia do que quando chegou. O jiu-jitsu é uma ferramenta de felicidade", pontua.
O caminho para abrir a academia exigiu dedicação. Em 2017, Carioca decidiu que viveria exclusivamente do esporte. "De uma pequena academia e muito trabalho duro, as coisas foram naturalmente evoluindo a ponto de, quando parei para perceber, aquela pequena semente plantada já havia se transformado nessa grande árvore que dá muitos frutos para Campo Grande", conta.
Os desafios de administrar uma academia são inúmeros, especialmente para quem começa do zero. Segundo o professor, o retorno financeiro é lento e a persistência é essencial. "Se não amar a parada, não se estabelece", alerta.
Em relação ao cenário do jiu-jitsu em Campo Grande, ele vê um ambiente promissor. "O jiu-jitsu é muito forte não só na capital, mas também em todo o MS. As competições têm um ótimo nível, muitas academias boas e muitos profissionais que trabalham para o crescimento do esporte", avalia.
Com um olhar para o futuro, Carioca destaca o jiu-jitsu como uma oportunidade de carreira. "É uma formação que capacita para trabalhar em qualquer lugar do mundo, que nunca será substituída por tecnologia e resgata valores perdidos da sociedade", afirma. Para 2025, ele revela planos de ampliação da estrutura da Checkmat e novos projetos, incluindo um programa de defesa pessoal para mulheres. Sobre outras novidades, ele mantém o suspense: "Ainda não podem ser ditas".