Para Rebeca Gusmão, ciúme e briga por holofotes são entraves

uol - 28 de dez de 2007 às 17:30 262 Views 0 Comentários
Para Rebeca Gusmão, ciúme e briga por holofotes são entraves

Brasília (DF) - Sem competir desde o Troféu José Finkel, em Santa Catarina em setembro, a nadadora Rebeca Gusmão prefere não acompanhar a natação durante sua ausência. Enquanto aguarda a decisão sobre sua suspensão por doping - ela corre o risco de ser até banida do esporte, a principal nadadora do país vê na vaidade e na mentalidade femininas os principais obstáculos para o crescimento da modalidade.

"A verdade é que estamos a anos-luz dos meninos. E isso porque mulher é muito ciumenta com atenção. Os meninos são unidos e se ajudam, independente da rivalidade. Já entre as mulheres, não consigo ver amizade entre rivais da mesma prova. Não, as amizades se estragam em função disso, é muito comum", afirmou Rebeca em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, e em referência clara à sua adversária direta, a também velocista Flávia Delaroli. Além de Rebeca, Flávia atualmente é a única mulher classificada para os Jogos Olímpicos, nos 50 m livre.

"No Brasil, não existe coletividade entre as nadadoras. Se formos comparar com outro país, é totalmente diferente. A Austrália cresceu assim, se unindo", lamenta Rebeca, e diz que sempre se considerou "isolada" das colegas. A nadadora, que foi alvo de críticas devido à perda das medalhas do revezamento, bronze no 4 x 100 m medley e prata no 4 x 100 m livre, também acusou as atletas.

"Natação é um esporte individual, sempre foi, então o revezamento não pode ser um prioridade, mas conseqüência. As meninas não podem pensar em ir pra Olimpíada no revezamento, isso é \'pegar carona\' nas outras", disse, mas amenizou. "Todas têm talento suficiente para obter essa conquista individual primeiro."

Para a nadadora, outro complicador do 4 x 100 feminino é a dificuldade em lidar com as diferentes personalidades. "Na equipe, tem que pensar de outra forma. É preciso agüentar a chatice de cada uma, a TPM (tensão pré-menstrual) de cada uma...a mentalidade precisa mudar", diz.

Segundo a atleta, a "responsabilidade" pelo quarteto já cai sobre suas costas há tempos. "Em Atenas-2004, ninguém queria abrir o revezamento. E eu tive que ouvir: \'Vai você, Rebeca, que é a única cavala para ir contra essas meninas\'."

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