O novo Estatuto Social da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) proíbe indicações de ‘apaniguados’ para os cargos de direção na entidade e as seguidas reeleições, que mantiveram o ex-presidente Francisco Cezário de Oliveira por 27 anos no cargo. O texto foi aprovado em Assembleia, na terça-feira (6), após votação fechada em Campo Grande.
O documento passará a valer a partir de 2027, ano em que termina a atual gestão eleita, encabeçada por Cezário, que chegou a ser preso em maio após denúncias de irregularidades. Com as mudanças, o presidente eleito poderá permanecer por quatro anos no cargo, com possibilidade de apenas uma reeleição. Além disso, o número de vices caiu de oito para apenas um.
E para ser presidente ou vice, o Estatuto exige “prévia experiência na condição de presidente de clube profissional de futebol no Estado do Mato Grosso do Sul ou tenham exercido cargo de Direção na FFMS, por no mínimo 03 (três anos)”. Na prática, o dispositivo proíbe a indicação de ‘apaniguados’ políticos nos cargos de vice, mas deixa brecha para que antigos diretores da Federação concorram novamente.
“Somente serão elegíveis para os cargos eletivos que compõem os poderes da Federação indivíduos sem condenação por crime doloso em sentença definitiva, que não sejam inadimplentes nas prestações de contas de recursos públicos em decisão administrativa definitiva, que não sejam inadimplentes nas prestações de contas desta Federação, que não estejam afastados ou impedidos de ocupar cargos eletivos ou de confiança de entidade desportiva, e que tenham reputação ilibada e reconhecida capacidade para o exercício cujo respectivo cargo exigir”, exige o Art. 13º do Estatuto.
O texto aprovado contempla a proposta da própria Federação, presidida pelo interino Estevão Petrallás. Ele contempla, também, disposições anti-nepotismo, como a proibição de nomeação de parentes na FFMS e até mesmo a contratação de serviços de empresas cujos donos tenham ligações com a direção da entidade.