Rio de Janeiro (RJ) - O resultado positivo no exame antidoping realizado no dia 13 de julho pode levar a nadadora Rebeca Gusmão, maior esperança do Brasil para os Jogos de Pequim, a ser banida do esporte. Como já existe um processo contra a atleta no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), por conta de um outro teste, realizado em maio de 2006, a atleta corre risco de ser declarada reincidente caso seja considerada culpada pelas duas acusações. As informações estão no jornal carioca O Globo desta terça-feira.
"É algo produzido pelo corpo. Já deveria ter começado um tratamento, mas é uma vantagem em relação às adversárias. Faz com que eu me sinta mais forte. Isso me fez ganhar medalhas no Pan, é meu doping natural", defende-se Rebeca.
O julgamento de Rebeca também pode trazer conseqüências graves para o Brasil, que nunca teve um atleta flagrado no exame antidoping em competições como Olimpíadas e Pan-Americanos. Se a nadadora for punida, perderá todas as suas vitórias a partir de julho deste ano, o que inclui as duas medalhas de ouro conquistadas durante os Jogos do Rio, além de uma prata e um bronze nas provas de revezamento.
Rebeca, que foi recordista sul-americana nos 50m e nos 100m durante o Pan, com os tempos de 25s05 e 55s17, respectivamente, perderia também as marcas conquistadas. Com a punição, a venezuelana Arlene Semeco, medalha de prata nas duas provas, assumiria o primeiro lugar. A perda das medalhas, no entanto, não faria o Brasil mudar sua posição na classificação geral na competição. O país, que ficou em terceiro lugar, passaria a ter 52 ouros, 39 pratas e 66 bronzes, em um total de 157 medalhas, mantendo sua colocação.
"Seria muita ousadia ingerir qualquer substância, sabendo que eu estou entre as 12 melhores do mundo, e a Fina faz exames a qualquer hora", diz Rebeca, que já pediu a análise da contraprova do exame realizado às vésperas do Pan-Americano.