Campo Grande (MS) - Em pleno seu Dia Internacional, a mulher pode comemorar mais uma conquista, desta vez nos ringues. O boxe, que por muito tempo foi considerado um esporte exclusivamente masculino, começa a ser dominado por ela. O fato pode ser expressado em números na Capital: segundo Sebastião Aparecido Ribeiro, professor da Academia 1º Round, o número de mulheres já ultrapassa os 60% em seu estabelecimento.
Milena Marotti Gadbem já é praticante da modalidade há três anos e meio e notou essa mudança. "Quando eu entrei, de mulher, era eu e mais uma amiga", disse a estudante de direito, que também reclamou do preconceito que sofreu no início. "Tem que ter atitude. A gente tem que enfrentar a sociedade, que ainda é muito machista, e se dependesse deles, a mulher ficaria só no fogão". Milena destaca também o fato de não haver apoio e nem divulgação da categoria feminina no Estado, e que com isso a procura poderia ser ainda maior.
No próprio boxe profissional essa mudança de comportamento está acontecendo. As lutas femininas, como as da filha do lendário Mohammed Ali, Laila Ali, e da sérvia naturalizada brasileira Duda Yankovich, campeã mundial da categoria super-leve, vêm conseguindo mais audiência que as disputas masculinas.
"No começo eram poucas as mulheres que faziam boxe. Então a presença de uma mulher no meio de seis homens causava um pouco de espanto ou desconforto. Mas, mais que tudo, eles têm é admiração, por incrível que pareça", explica Bianca Bianchi, praticante há sete meses.
"Esse aumento do número de mulheres nesses esportes mais agressivos aconteceu porquê hoje em dia não se tem mais aquela idéia de que mulher tem que ser frágil e homem tem que ser machão. Isso reflete uma mudança do pensamento da sociedade", diz. "Eu acho que cada um tem mais é que fazer o que gosta mesmo. Se mulher gosta de boxe, faz boxe. Se o homem gosta de ballet, faz ballet", finaliza.
A grande procura por parte das mulheres se deve também por ser uma das modalidades que mais queimam calorias (cerca de 600 a 1000 kcal por aula). Mas segundo Marileidi Coelho, que pratica o esporte há três anos, isso não é tudo. "É um conjunto. Primeiramente a boa forma, mas você também aprende técnicas de defesa que talvez possa precisar", destaca.
As interessadas (e os interessados também) podem procurar a Academia de Boxe 1º Round, na Rua Bartolomeu Dias, 4, esquina com a Av. Nordeste, e no telefone (67) 3382-2645. No primeiro mês será cobrada uma taxa de R$ 80,00 (além de R$ 10,00 da inscrição + R$ 10,00 da bandagem). A partir do segundo mês, a mensalidade passa para R$ 60,00. Para maiores informações, acesse o site http://www.academiaprimeiroround.com.br/.