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Mulheres fanáticas por futebol invadem cada vez mais os estádios

vitor yoshihara/da redação - 13 de nov de 2009 às 10:50 393 Views 0 Comentários
Mulheres fanáticas por futebol invadem cada vez mais os estádios Fã de esportes, Mayara Martins já realizou testes para ser repórter do canal Sportv.

Campo Grande (MS) - É fato. Fanatismo no Brasil é sinônimo de futebol. Agora, imagine unir isso à outra grande paixão nacional: a mulher. O resultado dessa maravilhosa combinação só podia dar em divertidas discussões, loucuras e muita dor de cabeça, principalmente para os namorados dessas torcedoras.

Mariana Gatti, de 20 anos, mostra quem manda na relação: o Palmeiras. "Meu namorado não gostava no começo, mas depois acabou acostumando, porque percebeu que se eu tivesse de escolher entre um e outro não haveria dúvida que ficaria com meu time. Então ele desencanou e começou a me acompanhar nos jogos, viu que assim seria mais saudável para ele!", afirma a universitária.

A palmeirense não parou por aí. "Fui a um jogo entre Palmeiras e Corinthians com meu namorado. Depois que o time adversário empatou ele começou a sacanear comigo. Briguei com ele dentro do estádio, saí de perto e me meti dentro da torcida organizada do meu time. Parecia amiga de infância de todo mundo que tava ali", conta.

O amor pelo clube chega a tanto, que no caso da são-paulina Nayara Fagundes Nestor, as discussões sobre futebol acabaram minando inclusive um de seus relacionamentos. "O último [namorado] que tive foi palmeirense, ele gritava muito e me irritava. A gente ficava brigando toda vez e acabamos terminando", lembra a comissária de vôo de 24 anos, que começou a torcer para o tricolor paulista por influência da irmã.

Diferente de Nayara, a identificação da acadêmica Raphaela Paola Potter, de 18 anos, pelo Grêmio, iniciou no berço. "Comecei a torcer pelo tricolor gaúcho por causa do meu pai. Toda a minha família paterna é do Rio Grande do Sul e todos são apaixonados pelo time. É praticamente impossível não torcer também, não apenas pela influência, mas por toda a história do clube", diz a orgulhosa gremista, que ainda gosta de tirar sarro dos times de seus namorados. "Sou sempre mais fanática que meus namorados. Eles acham legal até meu time ganhar do deles. Depois disso, fico insuportável, segundo meu ex-namorado, que não sabe de nada", provoca.

Já a são-paulina Mayara Martins, fã declarada de esportes, encontrou um namorado mais louco que ela, tanto por futebol quanto pelo São Paulo. "Assistíamos jogos juntos. Ele é mais fanático que eu e por isso, às vezes, até me criticava por não assistir jogos da Série C, por exemplo. Mas acho que ele gostava de ter uma companheira que adora futebol, principalmente porque torcíamos pelo mesmo time", diz a jornalista, que já realizou testes para ser repórter do canal especializado Sportv.

Loucuras - A botafoguense Lesly Lidiane fala com orgulho das aventuras pelas quais já passou para ver a equipe da Estrela Solitária. "Já menti para minha mãe. Falei que ia fazer um concurso lá no Rio de Janeiro e na hora da prova desisti e fui ver a final da Taça Rio", conta. Perguntada se valeu a pena, Lesly é enfática. "Lógico, já que o Botafogo foi campeão!". A torcedora faz apenas um pedido aos leitores do Esporte Ágil: "Só não deixem minha mãe ficar sabendo disso!".

Já a são-paulina Mayara mostrou quem é que manda em seu estádio. "O que posso dizer que foi loucura foi no jogo que assisti no Morumbi contra o Corinthians. Meti o dedo na cara de um corintiano e xinguei ele até!", diz com orgulho. Já a gremista Raphaela é um pouco mais comedida. "Loucura eu cometo sempre que meu time faz gols, principalmente em fases finais de campeonatos. Todos olham e pensam que vou ter um ataque cardíaco ou algo do gênero. Grito, pulo e bato na mesa, fico gritando até dar a saída de bola! Depois até eu me assusto, mas é incontrolável", conta.

Roberto Carlos (o lateral) ou Manoel Carlos (o autor)? - Perguntadas pela reportagem do Esporte Ágil se elas preferiam assistir novela ao invés de futebol, algumas das fanáticas torcedoras ficaram um pouco bravas. "Sem a menor dúvida futebol", resume a palmeirense Mariana. "Futebol, claro. E olha essa estereotipia de novela aí, porque tem muito homem que não perde um capítulo!", provoca a gremista Raphaela. A são-paulina Mayara foi uma das poucas a afirmar não ser 'tão viciada em futebol'. "Se for jogo do São Paulo, do Milan ou de algum jogo importante da Uefa Champions League, Copa da Uefa ou Libertadores da América, eu prefiro a partida. Mas se for Série D do Campeonato Russo, aí fico com a Helena de Manoel Carlos".

Enquanto a maioria dos namorados delira com essa incomum inversão de papéis, quem não deve gostar nem um pouco são as amigas dessas pessoas únicas. "Loucura! Nenhuma delas entende exatamente isso, até porque ainda acham que futebol é coisa para homem. Mulheres podem no máximo ter um time, mas não torcer de verdade. Isso me irrita! Eu amo meu time, faço tudo por ele e ele está acima de qualquer coisa!", avisa Mariana.

Está dado o recado homens: não tire essas mulheres do sério, senão quem vai pra zona do rebaixamento é você!

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