Campo Grande (MS) - O Ministério Público Estadual (MPE) pede afastamento imediato do presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), Francisco Cezário, e do vice, Marco Antônio Tavares, de acordo com nota publicada na página oficial da instituição, nesta segunda-feira (19).
O texto fala da ação coletiva de consumo ajuizada contra a Federação, por conta de irregularidades cometidas pelas equipes do MS Saad e do Rio Verde durante as competições de 2009 a 2011, apontadas no inquérito relatado pelos promotores Luiz Eduardo Lemos e Fabrício Proença, que tramita na Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor.
“Franciso Cezário já tomou conhecimento do assunto, e na terça-feira (20) deverá se manifestar juntamente com seu advogado. Infelizmente estas acusações vêm à tona em um momento em que a Federação estava na busca por mais investimentos para o futebol do Estado. Vamos aguardar o decorrer do processo”, disse Ricardo Pereira, responsável pelas mídias sociais da FFMS.
Irregularidades
Documentos destacam que jogadores do Rio Verde entraram em campo sem estarem devidamente inscritos na competição. O fato foi confirmado pelo vice-presidente da entidade durante depoimento. Os nomes dos jogadores não apareciam no BID (Boletim Informativo Diário), que regula a condição de jogo dos atletas.
Quanto ao MS Saad, consta na ação que o clube participou dos campeonatos de estaduais de 2009, na série B, e na série A de 2010 e 2011, também de forma irregular. Uma das acusações é de que a equipe, fundada em São Caetano do Sul (SP), não estaria filiada à FFMS.
“Nossa equipe está no Mato Grosso do Sul desde 1993 com o futebol feminino. Sempre estivemos dentro do que é exigido por lei, inclusive, no dia 13 de outubro de 2008 foi feita a assembléia geral para podermos ingressar no futebol profissional do ano seguinte. Até o momento não fomos notificados pelo MPE, mas em outras acusações feitas pela Justiça Esportiva, nós recebemos parecer favorável”, disse o presidente do MS Saad, Romeu de Castro.
De acordo com os relatores, a Federação é responsável pela fiscalização das competições que organiza, e por isso, além do afastamento, Cezário e Tavares podem ser processados por danos morais. Eles terão que devolver os valores corrigidos de ingressos comprados por torcedores que assistiram aos jogos das referidas equipes.