Campo Grande (MS) - Reunidos em Assembleia do Conselho Arbitral nesta terça-feira, 8, na sede da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), em Campo Grande, onze representantes dos doze clubes que disputarão o Campeonato Estadual da Série A de 2014 discutiram uma nova fórmula de disputa. Com nove votos contra dois, um sistema diferente do disputado este ano, sem mata-mata e sem final, foi aprovado para os próximos dois anos.

Neste novo formato, as 14 equipes serão divididas em duas chaves com sete times em cada. Diferente dos jogos de turno e returno dentro dos grupos como foi em 2013, os confrontos serão das equipes do Grupo A contra as do Grupo B em jogos apenas de ida, com os mandos de campo definidos em sorteio. Os quatro melhores classificados em cada chave passam para a segunda fase, enquanto os três piores disputam um torneio “à parte”, de ida e volta, que resultará no rebaixamento das quatro equipes de pior soma de pontos.

Na segunda fase formam-se outros dois grupos. As equipes se enfrentarão em partidas de turno e returno, desta vez dentro das chaves. As duas melhores classificadas de cada grupo passam para a terceira fase, um quadrangular final, em que todos jogam contra todos em ida e volta, sagrando-se campeão a equipe que somar mais pontos. Campeão e vice se classificam para a Copa do Brasil de 2015, enquanto só o campeão assegura vaga no Brasileirão Série D de 2015.

Pontos negativos

Apenas os representantes de Águia Negra e Aquidauanense foram contra o novo formato. Para o vice-presidente do time de Rio Brilhante, Gesiel Marques, a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul comete um erro ao mudar a fórmula do Campeonato frequentemente. “Isso confunde a cabeça do torcedor”, afirma, complementando que as equipes terão gastos extras no orçamento. “Devido à Copa do Mundo, teremos apenas 70 dias pra disputar o Estadual, o que quer dizer que vamos ter que jogar de “quarta e domingo”. Pra isso a gente tem que ter uns 40 jogadores no elenco”, diz.

Para Jean Carlo, treinador do Operário, que joga a Série B deste ano em busca de uma vaga na elite em 2014, o modelo de disputa só serviu pra se encaixar no calendário “apertado” do próximo ano, graças à realização da Copa do Mundo. “Não vai ser tão vantajoso para as equipes daqui, elas terão que se reforçar mais”, reclama.

De acordo com o presidente do Aquidauanense, João Garcia, a nova fórmula foi uma indicação do Urso de Mundo Novo, única equipe que não foi representada no Conselho desta terça-feira. Ainda segundo João, algumas equipes sairão prejudicadas já na primeira fase. “Com jogos apenas de ida, por mais que seja por sorteio, alguém sempre vai sair prejudicado, vai ter que jogar mais longe”, conta. O presidente do Azulão salientou que o mata-mata depois da primeira fase foi retirado por unanimidade. “Não queríamos mais mata-mata, prejudica muitos os times”, reitera.

E o torcedor?

Para o estudante de Direito Giovanni Britto, a retirada dos confrontos eliminatórios tira também um pouco da emoção do Campeonato Estadual. “Tirar o mata-mata é desestimular a verdadeira emoção do futebol. Aquela emoção de em uma partida ter a decisão. O confronto direto, pra mim, é a verdadeira caixa de surpresas do futebol”, lamenta.

Já o jornalista Paulo Henrique Arakaki prefere os modelos de disputa em pontos corridos, mas reconhece que o fato pode “tirar a graça” do Campeonato. “Gosto muito de campeonatos de pontos corridos, acho mais justo com quem é mais regular, só que se corre o risco de um time se destacar, ganhar por antecipação e as últimas rodadas perderem a graça. Ainda mais aqui, onde comumente sempre foi disputado com fases finais eliminatórias”, afirma.

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