'Mãetrocinadoras' se esforçam para manter seus filhos por perto

jeozadaque garcia/da redação - 23 de ago de 2010 às 12:49 2040 Views 0 Comentários
'Mãetrocinadoras' se esforçam para manter seus filhos por perto Terezinha, Paulo Henrique, Pedro e Maria Aparecida durante a Copa Campo Grande de Natação, no Rádio Clube.

Campo Grande (MS) - A falta de apoio aos nadadores de Mato Grosso do Sul, além de forçar a saída precoce dos atletas, que rumam para outros Estados, obriga pais e mães e colocarem a mão no bolso para não verem o sonho de seus filhos ir por água abaixo. No início deste ano, alguns atletas do Rádio Clube debandaram para outros Estados buscando melhores condições para competir, e para não verem seus 'pupilos' seguirem o mesmo caminho, as 'mãetrocinadoras' se esforçam para mantê-los por perto.

"Prefiro nem pensar quanto vou gastar com ele esse ano, senão eu nem deixo ele viajar", brinca Maria Aparecida Nogueira, mãe do nadador Pedro Henrique Viana, de 12 anos. Ela conta que este ano o jovem deve fazer quatro viagens para disputar torneios nacionais. No último Brasileiro que o filho disputou, em Foz do Iguaçu (PR), Maria Aparecida desembolsou uma bagatela de R$ 600.

"Ele não conseguiu o FAE esse ano. Atletas com os melhores resultados não conseguem. Não se se é só resultado que eles levam em conta", alfineta a mãe, acrescentando que o único incentivo que o filho recebe é uma bolsa de 50% no colégio Mace.

Outra que não mede esforços para manter o filho treinando na Capital é Terezinha Alves Mandetta, mãe de Paulo Henrique Mandetta, também de 12 anos. O jovem, que compete na categoria Petiz, conquistou medalhas em todos os torneios Centro-Oeste que foi, mas mesmo assim ainda não conseguiu patrocínio.

"Junto ao FAE eu nunca tentei apoio, pois vejo exemplos de outros atletas que não conseguem", lamenta. "Se viesse algum tipo de apoio, seria muito bem vindo", acrescenta Terezinha, que gasta cerca de R$ 400 reais por cada viagem que o filho faz por ser uma 'atleta frustrada'. "Meu sonho é ter filho atleta", brinca, "mas prefiro não forçar nada. Em primeiro lugar fica a educação", emenda. "Independente da classe social, o esporte tira os jovens das ruas e das más companhias", aponta.

Denise Jovê, mãe de Rodrigo Jovê, concorda com Maria Aparecida e Terezinha. "A gente faz o que pode e não pode pra manter o filhote na prática do esporte e da competição, principalmente porque ele é bom e tem futuro", conta orgulhosa. "E como eu vivi essa coisa toda, enquanto puder e ele quiser, eu incentivo", finaliza.

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