Costa do Sauípe (BA) - Perto de estrear no Aberto do Brasil, Gustavo Kuerten, ex-número um do mundo, colocou o "prazer" como foco a partir de agora. O tenista, que começa a despedida do circuito profissional na Costa do Sauípe essa semana, admite que esteja longe da boa forma.
"Meu tênis não chega a estar no mesmo nível dos caras. Vou tentar o máximo que dá", afirmou o catarinense, que, logo após declarou o motivo dos treinos para voltar a jogar em simples. "É uma oportunidade que me dei de presente. O grande prêmio é estar aqui. Podendo marcar outros pontos paralelos, não aqueles das quadras", disse.
Guga, que entrou na chave principal a partir de convite da organização, joga contra argentino Carlos Berlocq, número 75 do mundo na estréia. Para o bicampeão do Sauípe, a idéia agora é passar o prazer de jogar aos mais jovens. "É difícil eu falar o que deixo para o tênis. Acho que é o prazer de jogar", declarou.
Na Bahia, Guga atuará ainda nas duplas também, ao lado do jovem de 16 anos André Baran. "Vou jogar em simples e em duplas nestes torneios. Vou tentar jogar o máximo (...) Não farei nada de diferente nessa despedida. Justamente porque não tenho aquela ânsia de vencer", explicou.
O "tour de despedida" de Guga começará em Sauípe, depois terá escala no Masters de Miami, no challenger de Santa Catarina (em Florianópolis, sua terra natal), Masters de Monte Carlo e fecha em Roland Garros. O tenista ainda avalia se estará em Hamburgo ou Roma.
O pós-aposentadoria é incerto ainda. "Música para mim é um lazer grande. Vou tentar viajar bastante também, sem ser a trabalho", completou.
As oportunidades já deixam os colegas invejados, segundo o tenista. "Meus amigos mais próximos no circuito, o [o espanhol Carlos] Moyá e o [equatoriano Nicolas] Lapentti já sabiam da minha situação e sabem que eu já pensava em sair. Eles até brincam: ´Pô, a gente vai ficar aqui e você aproveitando`", contou.