Campo Grande (MS) - Concluído o processo em que a Poliesportiva foi colocada em leilão, os R$ 720 mil arrematados pela área pagou a dívida com o ex-jogador Amarildo Carvalho e mais 15 processos movidos contra o Operário. Ações que corriam na Justiça do Trabalho há 20 anos, de antigos funcionários, dirigentes e atletas, foram incluídas no auto.
O processo foi arquivado no dia 11 de junho pelo juiz titular da 2ª Vara do Trabalho da Capital, Júlio César Bebber. O autor da ação, Amarildo Carvalho, recebeu R$ 87.915,14, referentes a juros e correções monetárias. O ex-zagueiro e hoje treinador movia ação desde 1996 contra o Operário, por não receber pagamento de salários, férias e FGTS.
Em 2012, a Justiça do Trabalho penhorou a Poliesportiva, no bairro Vila Mônica, região oeste de Campo Grande, por considerar patrimônio do clube.
A empresa de transportes Paulo Raf arrematou em leilão a área avaliada em R$ 1,8 milhão, por 40% abaixo do valor de mercado (R$ 720 mil). O Operário entrou com recurso de anulação, alegando que o local de 50 mil metros quadrados foi adquirido por preço menor do que o praticado no mercado imobiliário, mas o provimento foi negado pelo desembargador João de Deus Gomes de Souza. Outros processos foram pagos com o restante do dinheiro. A lista inclui os ex-jogadores Laércio, Chaveirinho e Woney. O zagueiro Celso Zottino, campeão brasileiro do Módulo Branco em 1987, que chegou a ganhar a “marca Operário” por causa de dívida trabalhista, também recebeu o valor cobrado.
Até a semana passada, a Poliesportiva estava sendo alugada para a Portuguesa, que se prepara para disputar a Série B do Estadual. No local, mora a família do caseiro Inocêncio Arce Salazar, ex-funcionário do clube que tem sua ação trabalhista em andamento. Inocêncio garante que tem direito sobre a área. “Quando a área foi invadida por moradores, fui eu que convenci o povo a desocupar. Naquele momento, ninguém queria saber do local, agora que está cuidado, vende. Vou falar com o ‘dono’ e procurar uma solução”, diz.
Proprietário diz que local vai dar espaço a “conjunto residencial”
O dono da empresa que arrematou a área, Paulo Roberto Alvarez, disse que só falta o cartório emitir a certidão de posse para poder ser considerado proprietário. Ele adiantou que pretende lotear a área e construir residências.
Em relação à situação do caseiro, o empresário respondeu que cabe à “Justiça decidir” e que não pretende criar maiores transtornos para a família do ex-funcionário.